O prolapso genital é uma alteração em que os órgãos pélvicos perdem a sustentação e descem em direção à vagina
Popularmente conhecido como “bexiga caída”, o prolapso genital é uma condição médica na qual os músculos da pelve perdem a capacidade de sustentar os órgãos da região, que acabam saindo de suas posições normais. Como consequência, esses órgãos “descem” em direção à vagina, formando um abaulamento incômodo. Em alguns casos, os órgãos afetados podem até mesmo sair pelo canal vaginal para o exterior do organismo.
A gravidade do prolapso genital é classificada em uma escala que vai de 1 a 4, sendo que os dois primeiros estágios são assintomáticos, em que o problema pode ser identificado por meio de exames ginecológicos. Nos graus mais elevados, os órgãos acometidos já se encontram exteriorizados. Além da bexiga, órgãos como útero, uretra e parte do intestino podem ser afetados pela condição.
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O que é o prolapso genital?
Por afetar com maior frequência o público feminino, o prolapso genital frequentemente é denominado prolapso vaginal. O problema é considerado relativamente comum, especialmente entre as mulheres com mais de 40 anos e que já tiveram filhos. Conforme foi explicado, esta é uma alteração que ocorre devido à perda de sustentação dos órgãos que constituem o chamado assoalho pélvico.
Constituído por uma rede de músculos, ligamentos e tecidos que funcionam como uma rede de sustentação para os órgãos da pelve, o assoalho pélvico pode ser enfraquecido por diversos fatores. Quando isso acontece, sua capacidade de sustentação fica prejudicada e os órgãos da região podem cair e projetar-se em direção à vagina, formando o prolapso genital. Tanto os sintomas como as características do problema podem variar conforme o órgão afetado.
Tipos de prolapso genital
Os prolapsos genitais recebem denominações específicas de acordo com o órgão afetado, podendo ser classificado entre:
- Cistocele: prolapso de bexiga;
- Retocele (ou enterocele): prolapso de intestino;
- Prolapso uterino;
- Uretrocele (prolapso de uretra).
É muito frequente, inclusive, que a mulher apresente mais de um tipo de prolapso genital ao mesmo tempo.
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Principais causas da alteração
Diversos fatores podem levar ao enfraquecimento dos músculos pélvicos, sendo que o processo gestacional e de envelhecimento podem ser apontados como as principais causas do problema. Em geral, situações que levam ao aumento da pressão intra-abdominal podem favorecer a ocorrência do prolapso genital, podendo ser citadas:
- Gestações prévias;
- Partos normais prévios;
- Obesidade;
- Tabagismo e tosse crônica;
- Obstipação crônica;
- Prática de exercícios físicos com peso intensos ou executados de maneira inadequada.
Além disso, alterações hormonais, doenças musculares ou neurológicas, herança genética, deficiência de colágeno e traumas específicos (como parto vaginal ou acidente com lesão de períneo) também podem favorecer o enfraquecimento pélvico.
Sintomas e diagnóstico do prolapso genital
Quando o problema ainda está nos estágios iniciais, o enfraquecimento do assoalho pélvico e o prolapso genital não apresentam sintomas. Conforme o quadro piora, a tendência é que surja um abaulamento na região vaginal — uma alteração que pode ser acompanhada de sensação de peso e dor no baixo ventre. As alterações no organismo também podem fazer com que a paciente apresente sintomas como:
- Incontinência urinária;
- Vontade de urinar a todo momento ou dificuldade para urinar;
- Sangramento vaginal anormal;
- Dor durante as relações sexuais;
- Prisão de ventre ou diarreia (nos casos em que o reto ou intestino foram afetados);
- Sensação de peso em baixo ventre;
- Sensação de estar com uma bola entre as pernas;
- Dor na base das costas ou que piora ao fazer esforço físico.
O diagnóstico do prolapso genital é feito a partir do histórico clínico da paciente e exame físico. A confirmação da alteração, entretanto, necessita de exames específicos que permitem identificar o grau de funcionamento e comprometimento dos órgãos, bem como a gravidade do problema.
Como é o tratamento do prolapso genital?
O tratamento do prolapso genital tem por objetivo proporcionar qualidade de vida à paciente e evitar complicações de saúde associadas à alteração, e deve ser conduzido de acordo com os fatores que estão causando o problema e a gravidade da alteração. O ideal é que a mulher seja acompanhada por um profissional com conhecimento técnico específico do sistema urinário e genital feminino: o uroginecologista.
Em estágios iniciais e sem sintomas significativos, pode ser recomendada apenas observação dos sintomas e monitoramento periódico da condição. Quando a alteração tem como principal causa o excesso de peso, podem ser recomendadas mudanças no estilo de vida para combater a obesidade. Além disso, a realização de exercícios perineais pode ajudar no fortalecimento do assoalho pélvico e impedir o deslocamento dos órgãos.
Em casos mais graves, a principal forma de corrigir o problema é por meio da cirurgia de prolapso genital, um procedimento que corrige os defeitos do assoalho pélvico e restaura a posição da vagina e demais órgãos afetados. Existem diferentes técnicas cirúrgicas que podem ser aplicadas, tais como instalação de uma “tela” para manter os órgãos no lugar ou reconstrução dos ligamentos e fáscias que sustentam os órgãos afetados.
A correção total do defeito apresentado pelo assoalho pélvico pode ser alcançada apenas por meio da intervenção cirúrgica. Porém, há casos em que a paciente não apresenta condições clínicas ideais para se submeter ao procedimento — seja por conta da idade ou pela presença de uma condição de saúde complicadora, como no caso de pacientes acamadas ou com diabetes descompensada, o que impede a realização da cirurgia. Para essas situações, pode ser recomendada a utilização de um dispositivo chamado pessário.
O pessário vaginal é composto por borracha e possui formato de anel, sendo introduzido pela vagina de maneira semelhante a um diafragma. Existem modelos específicos para defeitos na bexiga, no útero ou no reto. Este dispositivo resolve o problema temporariamente, enquanto é solucionada a condição de saúde que impede a realização da cirurgia.
É possível prevenir o problema?
A principal forma de prevenir a ocorrência de prolapso genital é evitando os fatores de risco, especialmente obesidade e constipação intestinal, além de procurar tratamento para tosse crônica. A realização de exercícios físicos específicos para fortalecimento do assoalho pélvico também é benéfica para a saúde genital como um todo, mas o ideal é que a prática seja devidamente orientada por um profissional.
Em caso de gravidez, um pré-natal adequado pode garantir a saúde da gestante, com controle do ganho de peso e exercícios de fortalecimento do períneo, a fim de prevenir alterações que podem prejudicar a musculatura do assoalho pélvico. Por fim, o acompanhamento ginecológico periódico também é fundamental para identificação precoce de alterações que podem favorecer o prolapso genital.
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Fontes: