A histerectomia é o procedimento de retirada do útero, um tratamento invasivo para problemas de saúde que acometem o órgão reprodutor feminino
A histerectomia é uma cirurgia ginecológica que consiste na remoção do útero, um procedimento geralmente indicado quando outros tratamentos clínicos não foram suficientes para curar problemas de saúde graves que afetam o órgão. Cânceres do colo do útero e dos ovários, bem como infecções pélvicas severas, endometriose, prolapso uterino e miomas são algumas das principais alterações que podem ser tratadas a partir desta intervenção.
A execução de histerectomia pode ser associada a outros procedimentos cirúrgicos, dependendo do quadro apresentado e das necessidades da paciente. Quando a patologia tratada afeta também as trompas e ovários, por exemplo, pode ser necessária também a remoção dessas estruturas para garantir o sucesso do tratamento e impedir o desenvolvimento de novos problemas.
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Quando a histerectomia é indicada?
Por muito tempo, a realização da histerectomia era o único tratamento para patologias ginecológicas benignas, mas atualmente existes diversas outras modalidades terapêuticas que são menos invasivas e geralmente indicadas antes da cirurgia. Atualmente, as principais indicações para o procedimento são miomas (tumores benignos) e adenomiose (espessamento das paredes do útero).
Além disso, a intervenção também pode ser indicada nos casos de:
- Prolapso genital;
- Hemorragias uterinas;
- Hiperplasia endometrial;
- Câncer de endométrio, de colo uterino ou de ovário;
- Alterações pré-malignas.
A decisão por retirar o útero deve considerar diversos fatores, além da patologia em si. Outros aspectos essenciais são a resposta do organismo da paciente aos tratamentos prévios, bem como a idade da mulher e seus planos reprodutivos. A indicação cirúrgica é sempre individualizada, e deve ser feita pela paciente juntamente com o ginecologista que acompanha seu caso.
Tipos de histerectomia
De acordo com o objetivo da cirurgia e extensão do procedimento, a histerectomia pode ser classificada entre 3 tipos. São eles:
- Histerectomia total: consiste na retirada completa do útero e colo uterino;
- Histerectomia subtotal: remoção parcial, em que o colo uterino é preservado;
- Histerectomia radical: indicado para casos mais avançados de câncer, este procedimento consiste na retirada do útero, colo do útero, região superior da vagina e parte dos tecidos localizados ao redor desses órgãos.
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Como é realizada a cirurgia?
Existem 3 técnicas cirúrgicas que podem ser aplicadas em uma histerectomia: a cirurgia abdominal, cirurgia vaginal e cirurgia laparoscópica. Cada uma dessas metodologias possui características e vantagens específicas, mas o procedimento abdominal se destaca por permitir que o cirurgião tenha uma melhor visualização das estruturas, identificando os tecidos e órgãos acometidos.
Na histerectomia abdominal, é realizada uma incisão na parede abdominal da paciente, resultando em um corte semelhante ao da cesariana. Neste caso, a cirurgia é realizada a partir da visualização e manipulação direta do útero pelo cirurgião. Este tipo de intervenção também é conhecido como “cirurgia aberta”.
A histerectomia vaginal, como o nome indica, é realizada por via vaginal — sem a necessidade de fazer incisões abdominais. Habitualmente, este é o tipo de procedimento indicado para tratar prolapso genital. Por não envolver um corte abdominal, a recuperação geralmente é mais rápida e menos dolorosa.
A histerectomia laparoscópica, por sua vez, é executada a partir de pequenas incisões na parede abdominal através das quais são inseridos instrumentos cirúrgicos e uma câmera óptica que permite a visualização das estruturas internas da região. Este procedimento também não demanda a abertura da parede abdominal e, por isso, permite recuperação mais tranquila.
O tipo de anestesia utilizada no procedimento, assim como o tempo total de cirurgia, pode variar de acordo com a metodologia cirúrgica aplicada.
Pré-operatório e riscos da cirurgia
Os principais cuidados preparatórios da histerectomia dizem respeito à realização de exames para avaliação do risco cardiovascular e identificação de alterações de saúde que podem comprometer a recuperação da paciente. Além disso, pode ser necessário suspender o tabagismo e ajustar a dieta para garantir a otimização da recuperação pós-operatória.
Os riscos associados à realização da cirurgia de remoção de útero podem variar de acordo com o grau de complexidade da cirurgia e as condições de saúde da paciente. Se a mulher tiver comorbidades, por exemplo, há mais riscos durante e após a operação — muitas vezes demandando medidas preventivas para minimizar essas possibilidades. Algumas das principais complicações que podem ser observadas são:
- Infecção pós-operatória;
- Sangramento durante ou após a cirurgia;
- Lesão de órgãos localizados perto do útero;
- Complicações urinárias ou intestinais.
Recuperação cirúrgica e o que acontece com o corpo após a histerectomia?
O pós-operatório da histerectomia tende a ser mais tranquilo e menos doloroso quando a cirurgia foi realizada por via vaginal ou laparoscopia. O tempo necessário para plena recuperação da paciente é variável, sendo necessário repouso de pelo menos 30 dias para que a mulher possa retomar a prática de atividades físicas e laborais.
É relativamente comum que ocorram sangramentos vaginais nos primeiros dias após o procedimento, sendo recomendado retornar com o especialista caso a perda de sangue seja muito grande. Além disso, o uroginecologista responsável pelo tratamento vai receitar o uso de medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos para aliviar os desconfortos e prevenir infecções.
Também é necessário que a paciente não tenha relações sexuais nas primeiras semanas após a cirurgia, esperando liberação médica para o contato íntimo. O acompanhamento especializado é fundamental para que a paciente seja periodicamente avaliada e tenha a certeza de que o processo de recuperação cirúrgica está dentro do esperado.
O que acontece com o corpo após a histerectomia?
O local antes ocupado pelo útero será agora ocupado pelas alças intestinais. Em geral, as mulheres submetidas a histerectomia notam uma significativa melhora na qualidade de vida, já que o problema que levou a realização da cirurgia está resolvido. Após a remoção do útero, a mulher deixará de menstruar e não poderá mais engravidar. Porém, sua saúde e vontade sexual estarão dentro da normalidade após a recuperação da histerectomia. Nos raros casos em que a cirurgia inclui a retirada dos ovários, a paciente poderá apresentar sintomas de menopausa, tais como sensação de calor, redução da libido, insônia e irritabilidade.
Caso essas manifestações se tornem prejudiciais para o bem-estar da mulher, uma reposição hormonal pode ser indicada para alívio dos sintomas associados à menopausa.
Para saber mais sobre a histerectomia e tirar suas dúvidas a respeito da cirurgia, entre em contato e agende uma consulta com a Dra. Maria Emilia.
Fontes:
Associação Crônicos do Dia a Dia;
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia;