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Ablação endometrial


Objeto represetando um útero e um estetoscópio.
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock) | 6 min. de leitura

Esse procedimento, que trata o sangramento uterino excessivo, é uma opção segura para as mulheres

A ablação endometrial é um procedimento médico que tem como objetivo tratar condições ginecológicas que causam principalmente sangramento uterino anormal, evitando assim a necessidade de fazer a remoção cirúrgica do útero. Esse procedimento tem ajudado muitas mulheres a lidarem com os impactos do sangramento excessivo em suas vidas, incluindo em sua saúde. Afinal, a perda anormal de sangue pode atrapalhar a rotina e até mesmo causar anemia por deficiência de ferro, bem como outras complicações.

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O que é ablação endometrial?

Também conhecida como ablação histeroscópica, esse é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo (sem necessidade de cortes externos) que visa destruir ou remover a camada do endométrio, que é a camada que reveste o útero internamente e que mensalmente cresce sob estímulo hormonal para então sangrar em forma de menstruação.

Assim, pode-se dizer que o objetivo da ablação endometrial é reduzir ou interromper o sangramento anormal em mulheres cuja condição de base não responde bem aos tratamentos mais conservadores – como anticoncepcionais orais, uso de dispositivo intrauterino e outras medicações – e que não desejam ou não podem realizar a histerectomia, que é a cirurgia de remoção completa do útero. Um exemplo de mulheres que se beneficiam dessa cirurgia são as que têm contra-indicação a métodos hormonais, como as mulheres que já tiveram câncer de mama.

Para quem a cirurgia é indicada?

A ablação endometrial é um procedimento indicado para mulheres que atendem a certos critérios:

  • Sangramento uterino anormal que não respondeu a tratamentos hormonais ou que não podem usá-los, como anticoncepcionais orais, implantes ou dispositivos intrauterinos;
  • Mulheres que não desejam ou não podem passar por uma histerectomia;
  • Ausência de câncer ou condições graves do útero, como suspeita de sarcoma;
  • Não ter planos reprodutivos futuros, uma vez que a ablação endometrial pode dificultar a gravidez (embora não seja sinônimo de infertilidade).
  • Pode ser realizada após uma polipectomia, para retirada de pólipos uterinos, com o objetivo de maior controle do sangramento;
  • Pode ser realizada a implantação de dispositivo uterino hormonal após o procedimento, para potencializar o controle de fluxo.

Portanto, é fundamental que a decisão por realizar a ablação endometrial seja tomada em conjunto entre a mulher e um médico especialista em histeroscopia, após uma avaliação completa da saúde da paciente, levando em conta suas necessidades e objetivos pessoais.

Além disso, é importante ressaltar que a ablação endometrial não é um tratamento com objetivo contraceptivo e não deve, portanto, ser considerada uma opção para mulheres que desejam apenas evitar a gravidez. Nesse sentido, as pacientes que realizam esse procedimento devem ser orientadas pelo ginecologista a utilizar algum métodos contraceptivos após a ablação.

Ablação endometrial: Conheça esse procedimento!

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Como a ablação endometrial é realizada?

Antes de realizar a ablação endometrial é preciso que a paciente passe por uma preparação pré-operatória, incluindo exames de sangue para confirmar ausência de anemia grave e de problemas de coagulação que gerem complicações intraoperatórias, além de um beta-HCG para descartar gestação ativa. A depender do quadro clínico e comorbidades da paciente, outros exames podem ser solicitados pelo ginecologista ou pelo anestesista.

O procedimento é realizado em âmbito hospitalar. Após a anestesia, o ginecologista coloca o especulo vaginal e é introduzido a câmera de histeroscopia para visualizar o útero por dentro. Então é realizado a retirada com alça de toda camada interna (o endométrio). Após isso é utilizado outro eletrodo, o roller ball para cauterizar a parte interna do útero e diminuir a chance de novo episódio de sangramento intenso.

Duração e recuperação do procedimento

Todo o procedimento de ablação endometrial costuma durar cerca de uma hora, e como é feito via histeroscopia – inserção de um instrumento pelo canal vaginal até a cavidade uterina – a recuperação é mais rápida e a paciente pode voltar para casa no mesmo dia.

Porém, como é um procedimento que retira a camada interna no do útero, a mulher pode apresentar dores tipo cólica nos primeiros dias, as quais são tratadas com os medicamentos prescritos pelo ginecologista, bem como pode ter algum sangramento leve, próprio do procedimento.

Além disso, após a ablação endometrial o médico deve também orientar cada paciente com relação à retomada de suas atividades cotidianas e profissionais, exercício físico, relações sexuais e uso de métodos contraceptivos, pois cada mulher tem uma história ginecológica diferente e comorbidades específicas. Assim, as orientações e prescrições são individualizadas e é fundamental segui-las à risca para evitar complicações pós-operatórias e ter uma recuperação tranquila.

Principais vantagens da ablação endometrial

Conservação do útero

Uma das principais vantagens da ablação endometrial é que esse procedimento permite que as mulheres preservem seus úteros; porém, vale lembrar que a ablação endometrial não é recomendada para mulheres que planejam ter filhos no futuro devido aos danos estruturais causados na cavidade uterina.

Procedimento minimamente invasivo

A ablação endometrial é um procedimento minimamente invasivo, ou seja, não envolve nenhum corte externo, proporcionando uma recuperação menos dolorosa do que cirurgias abertas, sem cicatrizes visíveis e mais rápida. Além disso, por não demandar acesso à cavidade abdominal, diminui também, os riscos de danificar outros órgãos e tecidos adjacentes ao útero.

Redução do sangramento menstrual

Uma das principais razões pelas quais as mulheres optam pela ablação endometrial é a redução significativa do sangramento menstrual, que chega a impactar negativamente sua qualidade de vida e saúde, causando até mesmo anemia e outras repercussões sistêmicas.

Tratamento eficaz

A ablação endometrial é um tratamento de grande eficácia para quadros clínicos de sangramento uterino excessivo. Um estudo realizado com 200 pacientes submetidas ao procedimento indicou que 90% das mulheres notaram importante diminuição no sangramento uterino e relatam satisfação com o tratamento.

É comum ser realizado em associação com outros tratamentos a fim de potencializar resultado. Por exemplo, após a retirada de pólipo endometrial para evitar novos pólipos ou antes da inserção de DIU para melhor controle do sangramento.

Quais os riscos da ablação endometrial?

Embora a ablação endometrial seja uma abordagem ginecológica bastante segura para a mulher, é preciso estar ciente de que tal como qualquer procedimento cirúrgico, esse também tem seus riscos, que incluem:

  • Sangramento excessivo durante o procedimento;
  • Complicações anestésicas;
  • Perfuração uterina;
  • Hipervolemia transitória, que é um acúmulo geralmente temporário de água no corpo.

Além disso, em algumas situações há a possibilidade de permanecerem alguns focos de sangramento no endométrio, gerando um “aprisionamento” do sangue em meio às aderências e cicatrizes internas formadas pelo procedimento. Esse quadro recebe o nome de hematométrio e pode desencadear dor pélvica com necessidade de nova abordagem.

Quando procurar um especialista?

As mulheres que sofrem de sangramento uterino anormal, durante ou fora do período menstrual, com significativa interferência em sua qualidade de vida, são potenciais candidatas a devem procurar um especialista, que no caso é o ginecologista. Além disso, mulheres que apresentam sangramento uterino após já terem entrado na menopausa recomenda-se realizar uma consulta ginecológica para avaliar o quadro e descartar causas malignas, antes da ablação endometrial.

Por fim, é importante que durante a consulta a paciente relate ao médico todos os sintomas e preocupações para que ele possa realizar uma avaliação completa e determinar o tratamento mais apropriado – que muitas vezes inclui outras abordagens associadas a ablação endometrial.

Entre em contato agora mesmo e agende sua consulta com a Dra. Maria Emília que é especialista em cirurgia intima.

 

Fontes:

Febrasgo

Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia

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