Procedimento cirúrgico minimamente invasivo remove pólipos do útero, visando aliviar sintomas como sangramentos anormais e melhorar a saúde reprodutiva
Os pólipos benignos são formações anormais de tecido que se desenvolvem em diversas partes do corpo, incluindo o útero, cólon, nariz e outros órgãos. No caso específico da saúde ginecológica, os pólipos uterinos são os mais comuns e ocorrem quando há um crescimento excessivo de células na camada interna do útero, conhecida como endométrio.
Esses pólipos geralmente são pequenos, mas podem variar de tamanho e, na maioria das vezes, não apresentam sintomas ou não causam problemas significativos. Embora sejam benignos (não cancerígenos), eles podem, em algumas situações, causar sangramentos anormais, cólicas ou até dificuldades para engravidar.
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Quais os fatores de risco dos pólipos?
Embora a causa exata do surgimento dos pólipos uterinos ainda não seja completamente compreendida, existem vários fatores que podem aumentar a probabilidade de sua formação. Entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de pólipos uterinos, estão:
- Alterações nos níveis de estrogênio e progesterona;
- Idade, uma vez que mulheres entre 40 e 50 anos (especialmente aquelas que estão na perimenopausa), têm maior probabilidade de desenvolver pólipos;
- Obesidade;
- Uso de medicamentos hormonais;
- Histórico familiar de pólipos uterinos;
- Hipertensão.
Embora esses fatores aumentem a probabilidade de surgirem pólipos, apenas 25% das mulheres terão a condição. O acompanhamento médico regular é fundamental para detectar e tratar precocemente qualquer alteração.
É normal ter pólipos no útero?
Não é normal. Embora sejam benignos, os pólipos uterinos indicam um crescimento anormal das células no revestimento interno do útero (o endométrio) e, em alguns casos, podem indicar hiperplasia de endométrio (lesão que pode evoluir para câncer) ou até mesmo câncer de endométrio. Esse crescimento excessivo ocorre devido a desequilíbrios hormonais ou outros fatores, mas não faz parte do funcionamento habitual do corpo.
Muitas vezes, os pólipos não causam sintomas e podem ser detectados incidentalmente durante exames de rotina, como o ultrassom transvaginal. Mesmo quando assintomáticos, é importante investigar qualquer alteração no útero, pois os pólipos podem provocar sangramentos irregulares e intensos, sangramento pós-menopausa e até dificultar a gravidez.
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O que é a polipectomia uterina?
A polipectomia uterina é um procedimento cirúrgico realizado para remover pólipos no útero. Quando esses pólipos causam sintomas, como sangramentos anormais, dor pélvica ou dificuldades para engravidar, a polipectomia está indicada como forma de tratamento. Além disso, pólipos na menopausa, mesmo que não causem sangramento, devem ser retirados, pois podem ser um indício de câncer de endométrio.
O procedimento visa retirar o pólipo de forma segura, preservando o útero e a saúde reprodutiva da mulher. Em casos de infertilidade relacionada aos pólipos, a cirurgia também ajuda a aumentar as chances de gestação.
Quem tem pólipo no útero tem que operar?
O tratamento dos pólipos no útero é a polipectomia uterina; porém, pólipos pequenos (menores do que 2 cm) e assintomáticos em mulheres que ainda menstruam podem ser acompanhados. Em situações como essa, o médico pode optar por monitorar o pólipo com exames periódicos, como ultrassonografias após a menstruação, para verificar se há mudanças no tamanho ou nas características ou se o pólipo é eliminado junto com a menstruação.
No entanto, em alguns cenários, como no caso de pólipos que causam sintomas significativos (como sangramentos menstruais excessivos, sangramento entre os ciclos ou cólicas), a remoção é recomendada. Além disso, mulheres na pós-menopausa que apresentam pólipos no útero devem ser mais cautelosas, pois a presença de pólipos pode estar associada a um risco aumentado de câncer endometrial e, nesses casos, a remoção do pólipo é fortemente recomendada.
Quando a polipectomia é indicada?
A polipectomia uterina é indicada principalmente quando os pólipos causam sintomas, como sangramentos anormais, dor pélvica ou problemas de fertilidade. No entanto, se o pólipo for pequeno (geralmente menor que 2 cm) e a mulher estiver menstruando de forma regular, o médico pode optar por um acompanhamento mais conservador, com exames periódicos, como ultrassons transvaginais, para monitorar o crescimento do pólipo.
A polipectomia uterina também é fortemente indicada nos seguintes casos:
- Sangramentos anormais;
- Sintomas de dor pélvica;
- Dificuldades para engravidar;
- Mulheres na pós-menopausa, mesmo que não apresentem sangramento.
A decisão sobre realizar a polipectomia uterina deve ser feita em conjunto com o ginecologista, considerando o tamanho do pólipo, os sintomas apresentados e o histórico da paciente.
Assista ao SHORTS e veja: Antes e depois da retirada de Pólipo !
Preparação necessária para a polipectomia
Antes da polipectomia uterina, é importante seguir algumas orientações para garantir que o procedimento seja realizado de forma segura e eficaz. Uma das preparações comuns é o uso de hormônios, que podem ser administrados para ajudar a tornar a camada endometrial mais fina, no caso de mulheres que menstruam. Esse “afinamento” facilita a remoção do pólipo e reduz o risco de complicações durante a cirurgia. Já no caso de mulheres na menopausa, é preciso usar creme vaginal de estrogênio por pelo menos 21 dias antes da realização do procedimento, pois isso facilita a entrada do histeroscópio no canal do colo do útero, aparelho usado para visualizar o pólipo.
Além disso, a paciente será orientada a realizar exames, como ultrassonografias e exames laboratoriais pré-operatórios, para avaliar a saúde uterina e verificar a presença de outras condições. A polipectomia uterina é geralmente realizada sem necessitar de pernoite no hospital e a paciente pode ser aconselhada a jejuar por 8 horas antes da cirurgia, especialmente se for feita sedação ou raquianestesia.
Como a polipectomia é realizada?
A polipectomia uterina é um procedimento minimamente invasivo e a técnica utilizada para a realização da polipectomia depende da localização do pólipo. No caso de pólipos no colo do útero visíveis no exame de colposcopia ou a olho nu no exame especular realizado em uma consulta de rotina ginecológica, o pólipo pode ser removido no consultório médico com uma pinça de biópsia de colo uterino sob visão colposcópica (ou seja, utilizando o colposcópio, aparelho utilizado para realizar a colposcopia).
Já no caso de pólipos endocervicais, ou seja, dentro do útero, o procedimento geralmente é realizado por histeroscopia, uma técnica que permite a remoção dos pólipos do útero com o uso do histeroscópio, uma câmera que visualiza a parte interna do útero e, ao mesmo tempo, permite a introdução de um dispositivo que consegue cortar e cauterizar o pólipo. Esse aparelho é inserido pela vagina até o útero para a realização da polipectomia uterina.
A polipectomia uterina por histeroscopia é frequentemente realizada sob raquianestesia, pois é necessário dilatar o colo do útero para a entrada do histeroscópio com a alça de ressecção do pólipo. O procedimento é rápido. Geralmente, dura em torno de 30 minutos, dependendo do tamanho e da localização dos pólipos. Em alguns casos, pode ser necessário realizar a cauterização da área para evitar sangramentos.
Pós-operatório da polipectomia
O pós-operatório da polipectomia uterina é geralmente tranquilo, pois o procedimento é minimamente invasivo e realizado por via vaginal, o que evita cortes no abdome e reduz o risco de complicações. Por ser uma cirurgia simples, a recuperação costuma ser rápida e pouco dolorosa.
A maioria das mulheres pode retornar às suas atividades normais em um período de 2 a 3 dias, embora seja importante seguir as orientações médicas para garantir uma recuperação adequada. Após a cirurgia, é comum que a paciente apresente um leve sangramento vaginal, que pode durar de 7 a 10 dias.
Além disso, pode haver uma cólica leve, mas, em geral, esses sintomas não são motivo de preocupação. Se o sangramento se tornar muito intenso ou durar mais tempo do que o esperado, ou se houver dor forte ou febre, é essencial entrar em contato com o médico.
Como é a recuperação da polipectomia?
Durante o período de recuperação, é aconselhável evitar relações sexuais por, pelo menos, 15 dias após a polipectomia uterina para permitir a completa recuperação do útero e evitar infecções. Além disso, deve-se evitar a prática de atividades físicas intensas, como exercícios de alto impacto ou levantamento de pesos, nos primeiros 10 dias. Isso ajuda a minimizar o risco de complicações, como infecções ou sangramentos excessivos, e permite que o corpo se recupere adequadamente.
A maioria das mulheres pode retomar suas atividades normais dentro de poucos dias (lembrando que o aconselhamento médico pós-operatório é essencial para garantir que o processo de recuperação esteja ocorrendo dentro do esperado). Durante a consulta de revisão, o médico avaliará a cicatrização do útero e dará orientações sobre qualquer cuidado adicional, se for necessário.
Quais são os riscos da polipectomia?
A cirurgia de pólipos é um procedimento considerado seguro e de baixo risco, especialmente por ser minimamente invasivo e realizado por via vaginal. A grande maioria das pacientes se recupera bem e sem complicações. No entanto, como qualquer procedimento cirúrgico, a polipectomia uterina pode apresentar alguns riscos, embora sejam bastante raros.
Um dos riscos existentes é a possibilidade de perfuração do útero, que pode ocorrer durante a dilatação do colo uterino para a inserção do histeroscópio ou durante a remoção do pólipo. Essa complicação é muito rara e o preparo adequado com o uso de creme de hormônio intravaginal em mulheres na menopausa é fundamental para minimizar esse risco. Caso aconteça, na maioria das vezes não é necessário tratamento adicional, pois o útero contrai espontaneamente após o procedimento, cicatrizando a perfuração uterina. Além disso, existe o risco de infecção e sangramento excessivo.
Outros riscos possíveis incluem a formação de aderências uterinas (cicatrizes internas chamadas de sinequias) ou ocorrência de lesões no colo do útero. Contudo, essas complicações são muito raras e, em geral, a polipectomia uterina é considerada um procedimento de baixo risco, com altas taxas de sucesso e recuperação rápida.
É possível prevenir o surgimento de pólipos?
Embora não seja possível garantir 100% de prevenção para o surgimento de pólipos uterinos, existem algumas estratégias que podem reduzir o risco de seu desenvolvimento, principalmente em mulheres que apresentam fatores de risco ou que já têm histórico de formação de pólipos, pois em 12% dos casos ocorre a formação de novos pólipos. Entre as principais formas de prevenção, estão:
- Uso do DIU hormonal;
- Uso de implante hormonal subcutâneo;
- Manter o controle do peso, evitando a obesidade;
- Controlar alterações como diabetes e hipertensão;
- Ter um estilo de vida saudável, com uma alimentação balanceada e prática regular de exercícios.
O que acontece se não retirar os pólipos?
Infelizmente, não temos segurança para acompanhar pólipos uterinos, pois, em alguns casos, eles são malignos ou lesões com potencial de evolução para câncer e, por isso, os protocolos nacionais e internacionais recomendam a retirada dos pólipos, principalmente quando medem mais de 2 cm, ocorrem em mulheres na menopausa ou apresentam sintomas associados, como infertilidade, sangramento intenso ou sangramento pós-menopausa.
Para saber mais sobre a polipectomia uterina ou sobre a prevenção do surgimento de pólipos e agendar o seu procedimento, entre em contato com a Dra. Maria Emília de Barba.
Fontes: