Cuidados pós histerectomia (retirada do útero)

Após a histerectomia é fundamental seguir as recomendações do cirurgião para garantir uma recuperação tranquila e completa

A histerectomia é um procedimento cirúrgico ginecológico que consiste na remoção total ou parcial do útero, representando uma grande mudança para a vida da mulher, principalmente quando associado à retirada das tubas e dos ovários. Assim, esse procedimento é considerado de grande porte, de forma que os cuidados pós histerectomia (retirada do útero) devem ser seguidos adequadamente para que as pacientes tenham uma boa recuperação.

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Tipos de histerectomia

A depender da condição que está sendo tratada, o procedimento pode ser menos ou mais radical, de tal forma que os cuidados pós histerectomia (retirada do útero) passam a ser gradativamente mais complexos. Assim, os tipos de histerectomia mais realizados atualmente são:

• Histerectomia parcial: há remoção apenas da parte superior do útero, ou seja, da cavidade uterina;
• Histerectomia total: todo o útero, incluindo a região do colo, é removido;
• Histerectomia radical: além do útero e do colo uterino, remove-se também os tecidos ao redor (região chamada paramétrio) e, em alguns casos, a parte superior da vagina. Essa técnica é indicada em casos de câncer de colo de útero.

Formas (vias) de realização da histerectomia

A cirurgia pode ser realizada por via:

• Abdominal: trata-se de uma incisão no abdome. Normalmente, a incisão mais realizada é a incisão de Pfannenstiel, a mesma utilizada na cesárea. Essa via está indicada para úteros grandes, principalmente quando maiores que 280 cm³ de volume uterino;
• Vaginal: é considerada o padrão ouro, ou seja, a melhor via para realização da histerectomia, por apresentar uma recuperação mais rápida e menos dolorosa e pela incisão ser realizada por dentro da vagina, sendo que a mulher fica sem nenhuma cicatriz visível. Está indicada nos casos de prolapso genital e em úteros pequenos, principalmente em mulheres que apresentam parto normal prévio;
• Laparoscópica ou robótica: é realizada com a introdução de instrumentais através de pequenas incisões no abdome da paciente. Por necessitar de anestesia geral e ter um maior risco de lesão dos ureteres (via urinária), além de um custo de instrumental muito maior do que as outras vias, sua vantagem em relação as outras é para os casos de endometriose ou de histerectomia em casos de mudança de sexo.

Quais cuidados se deve ter pós procedimento?

Como qualquer outra cirurgia, os cuidados pós histerectomia (retirada do útero) devem ser seguidos à risca, especialmente em pacientes com fatores de risco para complicações – como idade avançada, tabagismo e comorbidades – e quando a intervenção cirúrgica é realizada por via abdominal (cirurgia aberta).

Esforço físico

Um dos mais importantes cuidados pós histerectomia (retirada do útero) é evitar esforço físico intenso nos primeiros 45 dias, principalmente a prática de exercícios, como musculação e esportes. Dado que o tempo necessário para a cicatrização dos tecidos internos é de 90 dias, a volta às atividades físicas deve ser leve e gradual, acontecendo após os primeiros 30 dias de cirurgia.

Curativos

Manter a ferida operatória limpa e seca é fundamental para a recuperação da paciente. De forma geral, realizar a limpeza com água e sabão neutro e manter o local seco são os principais cuidados pós histerectomia (retirada do útero) com relação à ferida, mas o médico responsável pelo procedimento pode sugerir cuidados adicionais com o curativo.

Repouso

O repouso faz parte dos cuidados pós histerectomia (retirada do útero), pois o corpo precisa se recuperar do procedimento. Para isso, é importante que a paciente tenha um local calmo e confortável para permanecer durante o dia, mas em alguns momentos é importante se levantar e realizar caminhadas dentro de casa para evitar o risco de trombose.

Relações Sexuais

Assim como os exercícios físicos, evitar relações sexuais nos primeiros 45 dias faz parte dos cuidados pós histerectomia (retirada do útero), pois é preciso reduzir o risco de complicações e permitir uma recuperação adequada ao organismo.

Melhor posição para deitar-se

Não há restrição específica em relação à posição para deitar-se como parte dos cuidados pós histerectomia (retirada do útero), mas é importante evitar pressão sobre a ferida operatória nos primeiros dias, preferindo deitar-se de barriga para cima.

O que não fazer após a histerectomia?

Atividades que sobrecarregam o corpo e demandam muita energia devem ser evitadas após a cirurgia, pois aumentam o risco de abertura (deiscência) dos pontos e dificuldade de cicatrização da ferida operatória. Assim, após a histerectomia não se deve carregar peso, agachar ou fazer exercícios físicos intensos até que o ginecologista autorize.

Indicação da histerectomia

O motivo pelo qual a cirurgia foi realizada influência nas recomendações de cuidados pós histerectomia (retirada do útero). Assim, os principais casos em que a histerectomia está indicada são:

• Miomas uterinos que causam sangramento excessivo ou têm crescimento aumentado;
• Câncer de colo de útero, câncer de endométrio e ovários ou trompa;
• Complicações gestacionais, como sangramento intenso pós-parto;
• Prolapso uterino;
• Endometriose ou adenomiose;
• Hiperplasia endometrial ou pólipo uterino;
• Rotura uterina no trabalho de parto;
• Perfuração uterina por abortamento provocado;
• Infecção (doença inflamatória pélvica) grave.
• Acretismo placentário.

Essas são as principais indicações para a realização de uma histerectomia parcial, total ou radical, sendo que na prática diária outras situações podem levar a equipe médica a propor essa abordagem à paciente. Porém, é preciso ter em mente que pode haver outras formas de tratamento antes de realizar a cirurgia, principalmente em mulheres jovens e sem prole constituída.

Além disso, quando indicada, a cirurgia deve ser realizada por um ginecologista capacitado e experiente, pois assim como os cuidados pós histerectomia (retirada do útero), o acompanhamento médico pós-operatório é fundamental para garantir uma recuperação segura e completa.

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Fontes:

Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

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