Saber o que é útero baixo e quais os sintomas da condição é importante para diagnóstico precoce que melhora o prognóstico da paciente
Quando a mulher apresenta alterações ginecológicas, principalmente após os 50 anos, uma das suspeitas pode ser uma condição chamada de útero baixo.
Com isso, surgem dúvidas sobre o que é útero baixo e como essa condição pode impactar a qualidade de vida da paciente. Além disso, questões sobre as opções de tratamento também são comuns. Entenda melhor a seguir!
O que é útero baixo?
Saber o que é útero baixo é o primeiro passo para entender melhor a condição. Ela é caracterizada pela redução da distância entre o colo do útero e a vulva.
O útero feminino é separado da vulva (parte externa da vagina) pelo canal vaginal, que tem aproximadamente dez centímetros de comprimento. Nos casos de útero baixo, essa distância entre o colo do útero e a vulva é menor.
Além de saber o que é útero baixo é preciso compreender que a condição manifesta-se em diferentes graus, podendo ou não comprometer a qualidade de vida da paciente. São eles:
- Grau 1: quando o útero desce em direção à vagina;
- Grau 2: quando o útero alcança a vulva (parte externa da genitália feminina);
- Grau 3: quando parte do útero sai pela vulva, ficando exposto;
- Grau 4: quando todo o útero sai pela vulva, condição grave que demanda consulta médica com brevidade.
A gravidade do quadro influencia diretamente a abordagem terapêutica (tratamento) que será definida pelo profissional responsável, sendo o diagnóstico precoce um aliado para prognósticos mais satisfatórios.
Quais são as causas do útero baixo?
Após entender o que é útero baixo, a dúvida seguinte de muitas pacientes é o porquê esse problema acontece. As causas são diversas, incluindo:
- Prolapso uterino: consiste no enfraquecimento da musculatura que sustenta o útero, sendo a causa mais comum de útero baixo e ocorrendo mais frequentemente em mulheres com mais de 55 anos;
- Ciclo menstrual: no período que a mulher não está ovulando, é normal que haja um rebaixamento leve e temporário do útero;
- Hérnias: a hérnia abdominal, que consiste em uma protuberância devido ao extravasamento do conteúdo da cavidade abdominal por um orifício na parede do abdômen, também é um fator de risco;
- Tendências genéticas: algumas pacientes podem ser hereditariamente mais predispostas a ter a condição;
- Idade avançada: mulheres mais velhas são mais propensas ao útero baixo, especialmente quando há outros fatores associados como obesidade, alterações hormonais e cirurgias pélvicas prévias;
- Partos normais múltiplos: mulheres que passaram por mais partos normais na vida também têm tendência maior a ter o útero baixo;
- Fatores secundários: incluem condições como bexiga caída, tosse crônica, constipação intestinal, flacidez abdominal, sobrepeso e tumores pélvicos.
Além desses fatores, o útero baixo também pode ocorrer durante a gravidez. Nas últimas semanas de gestação, pode ocorrer. No entanto, quando ocorre no início ou meio da gravidez, ela pode representar uma situação de risco à gestante e ao bebê, demandando acompanhamento médico.
Quais os sintomas do útero baixo?
Conhecer os sintomas do útero baixo é importante para buscar ajuda médica especializada precocemente, evitando complicação do quadro. Entre as ocorrências, incluem-se:
- Maior dificuldade ao urinar ou defecar;
- Dor durante a relação sexual;
- Proeminência da vagina;
- Corrimento recorrente;
- Incômodo ao caminhar;
- Sensação de bola na vagina;
- Desconforto em baixo ventre;
- Sangramento vaginal;
- Ulcerações (feridas/machucados no útero prolapsado).
Para o diagnóstico do útero baixo, considera-se o histórico médico, os sintomas relatados e exames complementares, como o de toque íntimo ou ultrassom transvaginal.
Tratamento para útero baixo
O tratamento para útero baixo vai depender diretamente dos sintomas apresentados pela paciente. A condição favorece infecções urinárias, dificuldade de esvaziamento da bexiga e, em casos mais graves, até mesmo insuficiência renal, demandando acompanhamento com um uroginecologista especializado.
O tratamento geralmente é cirúrgico e, na maioria das vezes, é necessário realizar a retirada do útero. Essa cirurgia costuma ser feita por via vaginal (através da vagina) e, dependendo do caso, pode incluir a correção de outros prolapsos existentes — como da bexiga (cistocele) ou do intestino (enterocele), quando também estão prolapsados.
Em outras situações é feito tratamento cirúrgico com uso de telas para correção do útero baixo. A técnica cirúrgica que será utilizada depende de cada caso.
Já as pacientes que não têm condições clínicas de realizar cirurgia — como, por exemplo, as pacientes acamadas ou com infarto recente — podem fazer uso de pessários vaginais. Estes dispositivos são parecidos com uma argola e servem para colocar o útero baixo para dentro da vagina.
Ao saber o que é útero baixo ou identificar que está com a condição, é importante buscar ajuda médica especializada, caso identifique algum dos sintomas da condição. Para saber mais, agende uma consulta com a Dra. Maria Emilia Ferreira de Barba, ginecologista e uroginecologista.
Fontes: