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Quem tem Nic tem HPV?


Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

20 junho, 2023 |

| 6 min. de leitura

A presença de lesões pré-cancerígenas no colo do útero, conhecidas como NIC, está geralmente associada à infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV)

A Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC) é uma alteração celular pré-cancerígena que ocorre no colo do útero feminino. Essa condição é caracterizada pelo crescimento anormal das células nessa região, resultando na formação de lesões que, se não forem tratadas de forma adequada, podem progredir para um câncer cervical.

Dado que o principal agente causador da NIC é o papilomavírus humano (HPV), transmitido por meio de relações sexuais, uma dúvida que muitas mulheres têm é se quem tem NIC tem HPV, é e sobre isso que vou explicar.

NIC é um resultado de exame anatomopatológico, ou seja, de análise do material retirado numa biópsia de colo de útero. A biópsia é realizada durante o exame de colposcopia, um exame que avalia o colo do útero com uma lente de aumento e identifica areas suspeitas de lesão que são biopsiadas.

Quais os tipos de NIC

Conforme o grau de anormalidade das células encontradas na lesão, a NIC pode ser classificada em I, II ou III.

NIC I ou Lesão Intraepitelial de Baixo Grau

Também conhecida como displasia leve, essa é a forma mais branda de NIC e na maior parte das vezes regride espontaneamente. Por isso, mediante esse resultado, a conduta geralmente é tratar com laser ou acompanhar com preventivo (exame Papanicolau) e colposcopia a cada 6 meses.

NIC II

Também chamada de displasia moderada, a NIC II é caracterizada por alterações acentuadas nas células do colo do útero, indicando que a lesão está progredindo. Embora esse tipo de NIC possa regredir para NIC I, é preciso ter mais cuidado com a conduta, e por isso geralmente indica-se a exérese de zona de transformação (conização) como tratamento ou a vaporização com laser de CO2, dependendo de cada caso.

NIC III

Trata-se do carcinoma in situ, o tipo mais avançado de NIC. Nesse estágio, as células do colo do útero estão muito alteradas, e 30 a 70% das pacientes podem desenvolver um carcinoma invasor em até 20 anos caso a condição não seja tratada.

Relação entre NIC e HPV

Essa relação reside no fato de que o câncer de colo de útero é causado pelo Papilomavirus humano, mais conhecido como vírus do HPV e as neoplasia intraepiteliais cervicais (NIC) são lesões pré-câncer, ou seja, lesões precursoras do câncer e que quando não tratadas apresentam risco de evoluir. Sendo assim, na maior parte dos casos, que tem NIC tem HPV, já que esse é o principal fator de risco para o carcinoma de colo uterino.

É possível ter NIC I e não ter HPV?

Sim. Nem sempre quem tem NIC tem HPV, pois na prática médica há casos de falso positivo e registro de mulheres com NIC sem necessariamente terem sido contaminadas pelo HPV.

Em alguns casos de NIC 1 pode haver um resultado falso-positivo, ou seja, o resultado do exame anatomopatológico vem como NIC, mas na realidade o que está ocorrendo é uma atrofia (ressecamento) intenso da região genital que causa a alteração. Isso pode ocorrer após a menopausa e por isso é tão importante antes da realização do exame preventivo e da colposcopia realizar um preparo adequado com uso de creme de estrogênio por 21 dias antes da realização do preventivo e colposcopia para melhora do trofismo (qualidade) da mucosa genital antes da realização dos exames.

Esse tipo de resultado falso positivo é mais comum ocorrer no exame da citologia oncótica (preventivo) do que no exame anatomopatológico (análise da biópsia). Quando ocorre aparece alteração como ASCUS ou até mesmo LSIL no preventivo, pode ser secundário a infecções genitais (como por exemplo candidíase e vaginose bacteriana), atrofia genital (ressecamento vaginal), falta de preparo adequado, como uso de ducha vaginais ou relação sexual no dia que antecede o exame.

Então, apesar da maioria das vezes, quem tem NIC tem HPV, em um algumas situações de exceção o resultado pode ser um falso-positivo.

É possível ter NIC 2 ou NIC 3 e não ter HPV?

Não, NIC 2 / NIC 3 são as chamadas lesões de alto grau e são 100% das vezes relacionadas à presença do vírus.

O que pode ocorrer em alguns casos é a mulher apresentar uma lesão e ter uma pesquisa de HPV negativa. Isso pode ocorrer dependendo da qualidade da coleta do exame (é importante que seja coletada a pesquisa de HPV diretamente no canal endocervical) e do tempo de infecção. As lesões de alto grau geralmente ocorrem após um longo período de infecção pelo vírus. Infecções tardias apresentam uma carga viral menor do que infecções recentes, porém o vírus já entrou na célula e causou lesão.

Sendo assim, o resultado da biópsia ou do preventivo é soberano (mais importante) do que o resultado da pesquisa de HPV.

Qual tipo de HPV causa NIC

Os HPV são divididos em alto e baixo risco para câncer, sendo os HPV de alto risco os mais patogênicos. Entre eles, os subtipos 16 e 18 do HPV são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero. Contudo, até mesmo os HPV de baixo grau podem causar o desenvolvimento de NIC, embora seja menos frequente.

Qual a diferença entre HPV e NIC

Essa é uma dúvida comum e que fomenta ainda mais o questionamento se quem tem NIC tem HPV. Afinal, são dois termos relacionados entre si, mas com conceitos diferentes: o HPV é o vírus que infecta as células do colo do útero formando lesões que são chamadas de Neoplasia Intraepitelial Cervical, ou NIC.

Ou seja, o HPV é o vírus que pode causar a NIC e outros tipos de câncer, enquanto a NIC é a lesão que pode se desenvolver a partir da infecção pelo HPV. É importante ressaltar que nem sempre quem tem NIC tem HPV ou, principalmente, o inverso, pois estima-se que boa parte das mulheres sexualmente ativas já tiveram contato com o HPV, mas não desenvolveram lesões devido à eficiência de seu sistema imune. Ou seja, a maioria das mulheres infectadas pelo HPV não desenvolvem a NIC e podem eliminar o vírus espontaneamente.

Diagnóstico do NIC

O diagnóstico de NIC é realizado através da colposcopia e biópsia do colo do útero.

Esse exame é indicado quando a mulher apresenta alteração no exame Papanicolau (também chamado de preventivo ou de colpocitologia oncótica), que é o exame de rastreio que deve ser feito em todas as mulheres com mais de 25 anos e vida sexualmente ativa. Também está indicada a colposcopia no caso de pesquisa de HPV positiva ou na presença de verrugas genitais (os condilomas).

Opções de tratamento para NIC

O tratamento e a conduta tomada dependerá principalmente da classificação da NIC, e podem ser:

  • Aguardar e repetir novo exame em seis meses;
  • Vaporização com laser CO2;
  • Conização por Cirurgia de Alta Frequência (CAF), também chamado de cirurgia de LEEP ou de Exérese de zona de transformação anormal (EZT);
  • Conização com bisturi frio;
  • Histerectomia para casos mais graves.

É importante ressaltar que o tratamento para a NIC deve ser individualizado e personalizado, levando em consideração as características da lesão, a idade e a saúde geral da paciente, entre outros fatores.

Qual profissional procurar nestes casos

O profissional preparado para diagnosticar e tratar a NIC é o médico ginecologista especialista em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia e o acompanhamento médico regular é essencial para o sucesso do tratamento e a prevenção do câncer de colo do útero.

Agende já uma consulta com a Dra. Maria Emília, entre em contato agora mesmo.

Fontes:

Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia

Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia

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