Conheça mais sobre um dos principais receios das mulheres que passarão por um parto vaginal
A rotura perineal, também conhecida como laceração perineal, é o rompimento que ocorre de forma não intencional na região do períneo, uma área que fica localizada entre a vagina e o ânus.
É um dos mais constantes receios das mulheres em relação ao parto vaginal, porque é nessa situação que os casos de rotura perineal são comuns. Apesar disso, na maioria das vezes as lesões são superficiais e não apresentam complicações.
Por que ocorre a rotura perineal?
A cabeça do bebê é maior que o canal por onde ela passa durante o parto. Dessa forma, durante o parto vaginal, o chamado “parto normal”, a passagem da cabeça pela pelve faz com que os tecidos sejam esticados e comprimidos.
Essa alteração nos tecidos pela força da passagem é o que pode causar a rotura perineal. Entre 50 e 80% das mulheres que passam por partos naturais podem experienciar algum grau de rotura perineal em pelo menos uma das ocasiões.
Além disso, a rotura perineal pode ou não ocorrer em situações nas quais é feita a episiotomia, uma incisão pequena sobre o períneo que serve para facilitar a saída do bebê.
Quais os graus da rotura perineal?
Os ferimentos em boa parte dos casos são superficiais, mas as lesões podem ter graus variados, algumas chegam a resultar em sangramentos, dores, disfunções a longo prazo e maior desconforto. Os graus de laceração podem ser:
- Primeiro grau: nos pequenos lábios, pele perineal superficial e mucosa vaginal;
- Segundo grau: a lesão atinge os tecidos abaixo da mucosa e/ou da pele.;
- Terceiro grau: quando a lesão também atinge o músculo e fáscias de sustentanção
- Quarto grau: neste grau a mucosa retal, também é atingida pela lesão. Podendo apresentar rotura apenas do esfíncter interno ou também do externo do ânus.
Quem corre mais risco?
Qualquer mulher em trabalho de parto pode sofrer rotura perineal. Mas os casos de maior gravidade ocorrem, geralmente, nas situações abaixo:
- No primeiro parto vaginal;
- Quando há necessidade de uso de fórceps;
- Quando o bebê é muito grande;
- Em partos em que já houve episiotomia anterior;
- Quando o bebê nasce com a face para cima;
- Distância entre ânus e vagina menor que a média.
Como é o tratamento da rotura perineal?
Dependendo da forma e do grau da laceração, a rotura perineal pode requerer pontos. Nesses casos, a sutura será feita com aplicação de anestesia local. É comum que a mulher sinta desconforto na região tratada por um tempo.
Em casos mais graves, quando é necessário um bloqueio maior, é aplicada anestesia geral ou raquianestesia para que possa ser feita a sutura de todas as áreas laceradas. Nas primeiras 12 horas, são recomendadas compressas de gelo e, em caso de dor, podem ser receitados medicamentos para controlar o sintoma.
Perineoplastia
A perineoplastia é a cirurgia de reconstrução e reaproximação dos músculos do períneo. Costuma ser indicada a mulheres que tiveram partos que resultaram em rotura perineal. Também pode ser indicada em casos de alargamento do canal vaginal, em associação ao tratamento de incontinência urinária, correção de rafias realizadas no parto.
Durante a cirurgia de perineoplastia ocorre a correção dos músculos rompidos por meio de sua junção. A cirurgia é realizada toda por via vaginal, o que torna a recuperação mais rápida e pouco dolorosa; além disso, eventuais complicações costumam ser raras. Na recuperação é importante abstinência sexual por 45 dias e evitar atividades físicas por 30 dias. Pode ser feito uso de análgesicos, se necessário.
Possíveis complicações da rotura perineal
Roturas perineais, especialmente as de grau menor (primeiro e segundo), raramente resultam em maiores complicações à paciente. Já os casos de terceiro e quarto grau, em sua maioria, costumam recuperar-se totalmente após 12 meses sem maiores preocupações.
De qualquer maneira, é recomendável procurar ajuda médica em caso de desconforto ou outros sintomas.
Doenças associadas a rotura perineal
Algumas mulheres, além da rotura perineal, podem apresentar outras condições associadas, como incontinência urinária, prolapso genital ou incontinência fecal. Nesse caso é importante que essas outras situações seja avaliadas para serem, sempre que possível, corrigidas na mesma cirurgia.
Saiba mais sobre a rotura perineal e tratamento com a Dr. Maria Emília, entre em contato e agende uma consulta.
Fontes:
Biblioteca Virtual em Saúde da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde)
Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal – Ministério da Saúde
