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Tratamentos para incontinência urinária


Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

11 julho, 2022 | | 6 min. de leitura

Problema, que afeta duas vezes mais mulheres do que homens, tem algumas opções de tratamento. Saiba quais são elas

A incontinência urinária é uma condição caracterizada pela perda involuntária de urina. Engana-se quem pensa que o problema se limita a quantidades grandes e a uma perda sem controle da urina, já que pequenos escapes diários também fazem parte do quadro de incontinência urinária.

O problema é mais frequente em mulheres — cerca de 30% daquelas com mais de 40 anos apresentam incontinência urinária em algum grau. A condição impacta negativamente a qualidade de vida, podendo muitas vezes gerar ansiedade e depressão, baixa autoestima e dificuldades de relacionamento social, afetivo e profissional.

Veja a seguir os principais tratamentos para incontinência urinária.

Tipos de incontinência urinária

Os principais tipos de incontinência urinária são:

  • Incontinência urinária por esforço: a perda de urina ocorre quando a pessoa faz algum esforço, como tossir, espirrar ou carregar peso. Tem como principal causa o enfraquecimento do esfíncter e das estruturas que sustentam a bexiga e a uretra;
  • Incontinência urinária de urgência: a perda de urina ocorre quando a pessoa sente urgência em urinar e não consegue chegar ao banheiro. A principal causa é a Síndrome da Bexiga Hiperativa. O que ocorre são contrações involuntárias do músculo detrusor (músculo da bexiga), o que é chamado de hiperatividade detrusora. Nem sempre existe uma causa para o problema, mas doenças neurológicas podem aumentar o risco e ansiedade e depressão pioram os sintomas. Também pode estar associada a prolapso genital;
  • Incontinência urinária mista: associa os dois tipos citados anteriormente;
  • Enurese noturna: quando a incontinência urinária ocorre durante a noite. O quadro é mais comum em crianças.

Quais são os tratamentos para incontinência urinária?

Cada caso é avaliado individualmente, considerando-se os sintomas apresentados e quanto a condição impacta a qualidade de vida do paciente.

Quando é necessária uma intervenção, o médico tem algumas opções de tratamentos de incontinência urinária que podem melhorar o quadro e manter o problema sob controle. As mais indicadas são:

  • Mudanças comportamentais: evitar o consumo excessivo de líquidos, tratar a constipação (intestino preso) e doenças associadas, como diabetes e obesidade;
  • Alimentação: deve-se evitar alimentos ou substâncias que irritam a bexiga, como cigarro, frutas ácidas (como limão, laranja e abacaxi) alimentos picantes, cafeína, álcool e bebidas gaseificadas;
  • Fisioterapia pélvica: dentre os tratamentos para incontinência urinária, a realização de exercícios que ajudam a fortalecer a musculatura do assoalho pélvico e da bexiga é sempre indicada. A fisioterapia pélvica utiliza técnicas e recursos específicos para promover o autoconhecimento, a conscientização perineal, a contração adequada da musculatura do assoalho pélvico, o relaxamento e fortalecimento muscular, além da eletroestimulação, que serve de auxílio no tratamento dos casos de bexiga hiperativa
  • Exercícios de Kegel: também contribuem para o fortalecimento da região pélvica. Podem ser feitos em casa, no mínimo, 10 repetições, três vezes ao dia;
  • Medicamentos: o tratamento para incontinência urinária medicamentoso visa diminuir a frequência e a intensidade das contrações involuntárias da bexiga, por isso é recomendado nos casos de bexiga hiperativa e incontinência urinária de urgência.
  • Cirurgia: é indicada como tratamento para incontinência urinária de esforço moderada ou grave, ou seja, quando a perda de urina aos médios e pequenos esforços, como caminhar rápido, correr, subir escadas, agachar-se ou levantar pesos ou no caso de incontinência urinária leve que não respondeu ao tratamento conservador.
  • Laser: as mulheres que mais se beneficiam do tratamento para incontinência urinária com laser são as que estão no climatério, menopausa e pós menopausa.  O tratamento melhora incontinência urinária de esforço leve, urgência miccional, noctúria e frequência urinária aumentada em mulheres que estão com síndrome urogenital da menopausa, ou seja, sofrendo os efeitos da queda dos hormônios sobre o trato genital e urinário. Tem ainda o benefício de melhorar o ressecamento vaginal (atrofia vaginal), aumentar a lubrificação e reduzir o desconforto na relação sexual, o qual é comum após a menopausa
  • Aplicação intravesical de toxina botulínica: é a forma mais eficaz de tratamento de incontinência urinária de urgência. Nessa técnica é realizada aplicação no músculo detrusor da bexiga de 20 a 30 pontos de toxina botulínica (Botox®) para redução das contrações involuntárias. Como resultado do tratamento é possível observar a redução da frequência urinária (ato de urinar várias vezes por dia), da incontinência urinária, da urgência miccional (sair correndo para urinar), da noctúria (levantar a noite para urinar) e da dor na bexiga.

Como é feita a cirurgia para tratamento da incontinência urinária?

O procedimento cirúrgico que se destaca no tratamento para incontinência urinária é a chamada cirurgia de sling, tratamento padrão na incontinência urinária por esforço.

Nele, o cirurgião insere uma faixa — feita de polipropileno — abaixo da uretra, por via vaginal, com o objetivo de reduzir a perda involuntária da urina.

Essa faixa vai dar suporte a uretra (estrutura que leva a urina da bexiga para fora do corpo), fazendo com que não ocorra perda de urina mesmo quando a  bexiga está sob pressão (esforços).

Durante o procedimento, o cirurgião realiza pequenas incisões de cerca de 1,5 cm na vagina, e de 0,5 cm na virilha, para proceder à colocação da faixa.

A cirurgia de sling é um procedimento considerado minimamente invasivo e demora cerca de 30 minutos para ser realizado. Na cirurgia é importante que seja realizada em conjunto a cistoscopia, visualização da bexiga com uma câmera, pois, isso garante a segurança da cirurgia e evita perfuração da bexiga.

A cirurgia de sling geralmente é feita com raquianestesia e a paciente tem alta no dia seguinte, após urinar espontaneamente e ser realizada a medição do resíduo miccional (quanto de urina sobra na bexiga após diurese espontânea).

Por ser um procedimento minimamente invasivo, há pouca dor no pós-operatório e a mulher pode retomar atividades leves depois de um breve repouso, porém, a recuperação completa pode variar de um a três meses, dependendo de cada caso.

Em geral, as taxas de sucesso são superiores a 90% neste tipo de tratamento para incontinência urinária.

Pós-operatório da cirurgia de sling

É recomendável, após o procedimento, que a paciente siga alguns cuidados, como:

  • Evitar esforços por, pelo menos, 15 dias;
  • Não praticar atividades físicas intensas por cerca de dois meses;
  • Consumir alimentos ricos em fibras para evitar fazer força ao evacuar;
  • Não manter relações sexuais por, no mínimo, 40 dias;
  • Lavar a região genital depois de urinar ou evacuar, utilizando água e sabonete neutro;
  • Não fazer força para urinar
  • Não ter relação sexual por 40 dias.

Entre em contato e saiba mais sobre essa e outras doenças com a Dr. Maria Emília.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Urologia

Ministério da Saúde

Manual MSD

Fiocruz

Dra. Maria Emília

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