As principais complicações dessa infecção estão relacionadas à fertilidade, gestação e ao parto
Dentre os incontáveis microrganismos que podem infectar o trato geniturinário feminino está a bactéria Ureaplasma parvum, de transmissão via contato sexual e que, quando não tratada, tem o risco de ascender ao útero ou até mesmo às tubas uterinas, causando complicações diversas. Portanto, saber reconhecer sinais e sintomas de infecção é o primeiro passo para buscar ajuda médica e iniciar o tratamento adequado.
O que é Ureaplasma parvum?
O Ureaplasma parvum é uma bactéria pertencente à família Mycoplasmataceae, um grupo de microrganismos conhecido por colonizar naturalmente o trato genital e urinário de homens e mulheres, sem causar problemas quando estão em equilíbrio. No entanto, quando ocorre alguma alteração no sistema imunológico da paciente, esse equilíbrio pode ser afetado e desencadear uma proliferação excessiva das bactérias Ureaplasma parvum, ocasionando sintomas ginecológicos e possíveis complicações.
Ureaplasma é comum?
Sim, a presença de diferentes espécies do gênero Ureaplasma no trato genital é comum, sendo que as mulheres costumam abrigar essas bactérias sem sequer saberem, pois quando em equilíbrio, elas não causam sintomas evidentes. Estima-se que 40% das mulheres que são sexualmente ativas estão colonizadas pelo Ureaplasma parvum e 10% das mulheres inativas sexualmente são colonizadas pelo Ureaplasma.
O que pode causar?
O Ureaplasma parvum pode causar infecções e complicações no sistema geniturinário feminino, sendo estas as principais:
- Uretrite: inflamação da uretra;
- Cervicite: inflamação do colo uterino;
- Vaginite: quadro inflamatório vaginal;
- Salpingite: inflamação mais complicada, que afeta as tubas uterinas;
- Endometrite: infecção que acomete o endométrio, a camada interna do útero;
- Infertilidade: a depender do grau de acometimento, a mulher pode apresentar infertilidade por Ureaplasma parvum.
Principais sintomas
Embora a proliferação do Ureaplasma parvum no trato geniturinário feminino possa ser assintomática, na maior parte dos casos em que há um desequilíbrio importante da proliferação dessa bactéria os sintomas incluem:
- Dor ao urinar;
- Aumento da frequência urinária;
- Corrimento vaginal anormal;
- Coceira ou ardor na área genital;
- Dor abdominal ou pélvica;
- Dor durante a relação sexual;
- Sangramento vaginal anormal.
Embora sejam sintomas inespecíficos e que podem estar relacionados a uma série de outras condições ginecológicas, o médico especialista pode se guiar por essas queixas e incluir as infecções por Ureaplasma parvum dentre as possibilidades de diagnóstico diferencial.
Como é a transmissão do Ureaplasma parvum?
O Ureaplasma parvum é transmitido principalmente por contato sexual desprotegido – vaginal, anal ou oral –, sendo considerado uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Além disso, mulheres com infecção ativa por essa bactéria podem transmiti-la ao bebê durante o parto vaginal.
Consequências do Ureaplasma parvum na gravidez
Dado que o Ureaplasma parvum se aloja, reproduz e causa reações inflamatórias no sistema genital feminino, a depender da resposta imunológica da gestante e do grau de infecção, o comprometimento pode causar algumas complicações na gravidez.
Uma delas é o risco aumentado de parto prematuro, visto que qualquer processo infeccioso ativo pode estimular o organismo materno a entrar em trabalho de parto antes das 37 semanas completas. Um dos mecanismos para esse acontecimento é a ruptura prematura de membranas amnióticas a partir da infecção pelo Ureaplasma parvum, o que também aumenta os riscos de transmissão ao feto e causar pneumonia e sepse neonatal. Em outros casos mais raros, essa bactéria pode, também, estar associada a abortos espontâneos.
Assim, a prevenção, a detecção e o tratamento adequados são particularmente importantes antes e durante a gravidez para reduzir quaisquer riscos para a saúde da mulher e do bebê.
Como é realizado o diagnóstico?
O diagnóstico do Ureaplasma parvum é dado através de PCR ( PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), também chamado de genotipagem, que busca material de DNA do Ureaplasma parvum na amostra coletada de secreção vaginal do colo do útero.
Como é feito o tratamento?
O tratamento para o Ureaplasma parvum geralmente envolve o uso de antibióticos, os quais devem ser adequadamente prescritos pelo ginecologista. Essa abordagem pode ser eficaz na resolução da infecção e no alívio dos sintomas quando o tratamento é corretamente seguido pela paciente e pelo parceiro sexual para evitar reinfecção. Um dos antibióticos mais utilizados é a doxiciclina.
Vale lembrar que se a mulher está assintomática, o tratamento não é obrigatório, visto que a Ureaplasma pode ser um comensal da vagina (parte da flora vaginal).
O que acontece se não tratar?
Não tratar uma infecção por Ureaplasma parvum quando a mulher está sintomática, por exemplo, com dor na relação sexual ou corrimento e sangramento vaginal, pode levar a complicações sérias, principalmente em pacientes que têm algum grau de imunodeficiência ou em gestantes, como a propagação da infecção para outras partes do trato genital e urinário.
Quando procurar um especialista?
O especialista em saúde da mulher é o médico ginecologista, que deve ser consultado sempre que houver sintomas relacionados ao trato geniturinário, como dor ou desconforto ao urinar, corrimento vaginal anormal, coceira genital, dor abdominal ou pélvica, dor na relação sexual, ou sangramento fora do comum – seja gestante ou não.
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Fontes: