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Ferida no colo do útero


Mulher segura um modelo de útero
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

12 setembro, 2023 |

| 5 min. de leitura

A ectopia de colo uterino pode ser assintomática e detectada ao acaso no exame ginecológico de rotina

A ferida no colo do útero é uma condição ginecológica que pode causar preocupação em muitas mulheres, mas que na maioria das vezes não tem qualquer significado patológico. Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, a Febrasgo, estima-se que esse quadro afete até 30% das mulheres, sendo mais comum nas jovens e nas usuárias de anticoncepcional oral devido à ação dos hormônios sobre as células uterinas.

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O que significa ferida no colo do útero?

De forma simplificada, a ferida no colo do útero pode ser explicada como uma situação natural em que as células da região interna do colo uterino (endocérvice) se exteriorizam para a parte externa (ectocérvice), sofrendo ação da acidez vaginal e dos microrganismos ali presentes. Com isso, essas células adquirem um aspecto avermelhado e inflamatório, dando a impressão de “ferida”.

Ferida é ectopia no colo do útero?

Sim, a ferida no colo do útero também é chamada de ectopia cervical, um termo técnico que traduz o deslocamento das células da endocérvice (de dentro do útero) para a parte externa do colo, o que pode causar algumas mudanças na aparência do colo uterino. Assim, por ser uma condição que não significa necessariamente uma patologia, tem-se evitado cada vez mais utilizar o termo ferida no útero e dado preferência para ectopia cervical.

Qual o risco da ectopia do colo do útero?

O problema da ectopia é que funciona como uma porta de entrada para se contaminar com doenças sexualmente transmissíveis como clamídia, neisseria, HPV e até mesmo HIV.

Como saber se estou com ectopia no colo do útero?

O diagnóstico da ectopia no colo do útero é realizado através de um exame ginecológico simples e pode ser confirmado com a colposcopia.

Ao colocar a mulher em posição ginecológica e abrir o canal vaginal com o espéculo, o médico ginecologista consegue visualizar o aspecto do colo uterino e identificar algumas alterações que indicam ferida no útero.

Com ajuda de um colposcópio, um instrumento que amplia a imagem visualizada, é possível identificar o local de transição entre o endo e o ectocérvice e coletar amostra de material biológico para realizar análise laboratorial.

Principais sintomas da ferida no colo do útero

A ferida no colo do útero não costuma apresentar sintomas, e por isso geralmente o quadro é identificado durante um exame ginecológico de rotina. Porém, como o tecido da endocérvice é, naturalmente, mais sensível e delicado, ao se exteriorizar ele pode ser lesionado devido ao meio “hostil” do canal vaginal e gerar alguns sintomas, como:

  • Cólica;
  • Corrimento vaginal excessivo;
  • Sangramento após a relação sexual.

Causas da ferida no útero

Entende-se que a ferida no colo do útero surge como uma resposta do organismo à ação dos hormônios sexuais femininos, o estrogênio e a progesterona, que atuam na proliferação celular do tecido uterino durante os ciclos menstruais. Por isso, o uso de contraceptivos hormonais favorece esse quadro.

Além disso, outros processos naturais da vida da mulher que envolvem essa região anatômica, como a gestação, os partos e infecções do canal vaginal contribuem para o surgimento da ectopia. Porém, a ectopia tende a reduzir no período pós-parto.

Como é feito o tratamento?

O tratamento para a ferida no colo do útero dependerá dos sintomas e das características específicas de cada caso. Em geral, a ectopia do colo uterino não requer tratamento específico e pode regredir espontaneamente quando o anticoncepcional é substituído por outro método, como DIU, mas nas situações em que há corrimento ou sangramento na relação sexual, ou que a mulher já apresentou alguma lesão de colo de útero ou infecção ginecológica, como clamídia, o médico pode sugerir uma intervenção direta. Dentre as opções, estão a aplicação de substâncias ácidas para cauterização química ou eletrocauterização, cujo objetivo é estimular o corpo a reepitelizar, ou seja, “criar uma nova pele” de revestimento para a área de ectopia. Normalmente são necessárias duas a três sessões de cauterização no intervalo de 30 dias entre elas.

Quanto tempo demora para cicatrizar?

Esse é um procedimento simples, no qual não é necessário realizar repouso, apenas abstinência sexual por 24 a 48 horas. Em torno de três a quatro semanas após o procedimento, já é possível observar a redução da área de ferida no colo do útero.

Dúvidas frequentes

É normal ter ferida no colo do útero?

Sim, a ectopia no colo do útero é uma condição relativamente comum, podendo afetar em torno de 30% das mulheres, segundo a Febrasgo.

O que acontece quando tem ferida no colo do útero?

Embora a ferida no colo do útero possa causar sintomas como sangramento e corrimento, na maior parte dos casos ela é assintomática.

Ferida no colo do útero é câncer?

Não, a ectopia no colo do útero não é câncer, mas é importante realizar o acompanhamento médico adequado para avaliar qualquer alteração no colo uterino.

Ferida no útero favorece a contaminação com infecções sexualmente transmissíveis?

Como essa condição promove a exteriorização de um tecido glandular e frágil, a ferida no colo do útero aumenta o risco de a mulher desenvolver doenças causadas por agentes sexualmente transmissíveis, principalmente gonorreia, clamídia e HPV.

Por isso, é fundamental que mulheres que apresentem qualquer sintoma ou dúvida relacionada à ferida no útero procurem um médico ginecologista para fazer uma avaliação adequada e receber orientação sobre o tratamento, se necessário.

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Fontes:

Ministério da Saúde

Anais do XXIV Congresso Brasileiro de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia

Febrasgo

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