A remoção do útero pode ser feita por via vaginal, laparoscópica ou aberta
A histerectomia total é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção do útero e do colo do útero, e que pode ser realizado através de diferentes abordagens cirúrgicas. Por isso, quem vai passar por essa cirurgia deve compreender as indicações ginecológicas, assim como o preparo e os cuidados pós-operatórios necessários.
Saiba se essa cirurgia é indicada para o seu caso!
Indicações para a histerectomia total
Por ser um procedimento de grande porte, a histerectomia total é realizada quando há indicação médica.
Assim, dentre as principais indicações estão:
- Prolapso genital (descida do útero se exteriorizando pela vagina);
- Adenomiose;
- Miomas uterinos;
- Hiperplasia endometrial (alteração que aumenta risco de câncer de endométrio);
- Pólipo endometrial recorrente;
- Câncer de útero.
Como se preparar para a histerectomia total?
Preparar-se adequadamente para a histerectomia total é uma forma de reduzir os riscos de complicações e de garantir uma recuperação mais rápida. Por isso, toda mulher com indicação de fazer a cirurgia, além de ser avaliada pelo ginecologista e anestesista, deve receber orientações específicas de preparo.
Dentre os pontos mais importantes, pode-se citar:
- Rastrear e tratar anemia, se presente;
- Revisar os medicamentos de uso contínuo e evitar aqueles que aumentam o sangramento, como AAS e ginko biloba;
- Controlar o sangramento com medicações em pacientes com distúrbios de coagulação;
- Jejum de 8 horas;
- Remover cílios postiços, joias e apliques antes da cirurgia;
- Não depilar ou utilizar lâmina nas 72 horas que antecedem o procedimento.
Como a histerectomia total é realizada?
A histerectomia total envolve a remoção de duas regiões do útero: o corpo e o colo uterino. Além disso, sempre que possível, as tubas uterinas também são removidas para reduzir o risco de câncer de ovário, que frequentemente se origina numa parte das tubas chamada de fimbrias.
Vale citar, ainda, que em alguns casos pode ser feita a histerectomia subtotal, procedimento que consiste na remoção apenas do corpo uterino, preservando o colo uterino.
Como é feito o corte da histerectomia total?
O corte da histerectomia total depende da via de acesso que será utilizada. Porém, sempre que possível, deve-se optar pela via vaginal, técnica que não deixa cortes visíveis e proporciona uma recuperação mais rápida. Essa abordagem é ideal para úteros prolapsados ou pequenos (até 280 cm³).
Já nos casos em que não é possível fazer via vaginal, pode-se optar pela cirurgia abdominal aberta, em que se usa a mesma incisão de cesariana para remoção do útero. Essa é a via indicada para úteros grandes (mais de 280cm3) e, em alguns casos, ainda pode ser indicada a videolaparoscopia. Essa técnica utiliza pequenas incisões na barriga (de 3 a 4) para introduzir instrumentos cirúrgicos e uma câmera e, assim, realizar a histerectomia total.
Quanto tempo dura a cirurgia de histerectomia total?
A duração da histerectomia total depende da abordagem técnica utilizada e se há necessidade de procedimentos adicionais, mas apenas a histerectomia normalmente leva em torno de 2 horas.
Quais os cuidados no pós-operatório?
Após a histerectomia total, é importante seguir as orientações médicas para garantir uma recuperação tranquila, tais como:
- Usar os medicamentos conforme prescrito pelo ginecologista, que normalmente são analgésicos utilizados em casos de dor;
- Evitar atividades físicas pelo tempo definido pelo médico, em geral por volta de 30 dias;
- Manter o local higienizado com água e sabão;
- Ficar atenta aos sinais de infecção;
- Evitar relações sexuais pelo período de 45 a 60 dias;
- Comparecer a todas as consultas de acompanhamento.
Existem riscos ou complicações?
Tal como qualquer cirurgia, a histerectomia total apresenta alguns riscos e complicações potenciais, como infecção, sangramento excessivo, lesão a órgãos adjacentes e reações à anestesia.
Qual a vantagem de fazer histerectomia total?
Os benefícios da histerectomia total variam de acordo com a indicação cirúrgica. Por exemplo, para mulheres em idade reprodutiva e com adenomiose ou miomatose, a cirurgia promove alívio das cólicas menstruais, dos sangramentos e da anemia. Já em pacientes com prolapso genital, é possível encurtar os ligamentos e reduzir a recorrência do quadro sem a necessidade de utilizar tela.
O que acontece depois da histerectomia total?
A remoção do órgão gera dúvidas e preocupações que devem ser discutidas e sanadas com o médico.
Como fica o corpo depois da histerectomia total?
Muitas mulheres temem que a remoção do útero crie um vácuo no abdômen, mas isso não ocorre, pois o espaço passa a ser ocupado pelas alças intestinais. Além disso, utilizando a técnica adequada, o comprimento vaginal é mantido, sem impactar a libido ou a lubrificação vaginal, bem como há uma melhora significativa na dor e na qualidade de vida.
Quando se faz histerectomia, há a necessidade de fazer perineoplastia?
A necessidade de uma perineoplastia, que é a correção cirúrgica do períneo, depende do exame ginecológico de cada mulher, e geralmente é realizada quando a indicação da cirurgia é por prolapso genital.
Ou seja, a histerectomia total é uma cirurgia de grande porte que, quando indicada corretamente, proporciona alívio significativo de sintomas e melhora da qualidade de vida das mulheres. Por isso, é fundamental escolher um médico especializado e experiente, seguir todas as suas orientações e discutir quaisquer preocupações antes do procedimento.
Agende sua consulta com a ginecologista especialista em cirurgia ginecológica Dra. Maria Emília de Barba.
Fontes:
Revista Reprodução & Climatério
Febrasgo – Federeçao Brasileira de Ginecologia e Obstetricia