A neoplasia intraepitelial cervical é uma alteração que, se não tratada, pode evoluir para câncer.
A saúde cervical é um aspecto fundamental do bem-estar feminino, especialmente se levarmos em conta o impacto de condições que podem surgir no colo do útero. A neoplasia intraepitelial cervical (NIC), por exemplo, é uma alteração que afeta as células que revestem o colo do útero e está diretamente associada ao desenvolvimento de câncer na região.
Embora nem sempre evolua para algo mais grave, é fundamental que a neoplasia intraepitelial cervical seja diagnosticada precocemente e receba a devida atenção e o devido acompanhamento médico. Nesse sentido, compreender as implicações dessa condição é essencial para promover a conscientização e estimular práticas preventivas, como exames regulares e vacinação contra o HPV. Saiba mais a seguir!
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O que é a neoplasia intraepitelial cervical?
A neoplasia intraepitelial cervical, frequentemente identificada pela sigla NIC, é uma alteração celular que ocorre no epitélio do colo do útero, sendo considerada uma condição pré-cancerígena. Essas alterações anormais estão frequentemente associadas à infecção pelo papilomavírus humano (HPV), especialmente pelos tipos de alto risco oncogênico.
A NIC é classificada em 3 graus, dependendo da extensão e da gravidade das alterações celulares:
- NIC 1: corresponde a alterações leves, frequentemente resolvidas espontaneamente;
- NIC 2: envolve alterações moderadas, exigindo maior acompanhamento;
- NIC 3: indica alterações graves, com maior risco de progressão para câncer de colo do útero.
Quais são as causas da NIC?
A principal causa da neoplasia intraepitelial cervical é a infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV), especialmente pelos tipos de alto risco, como o HPV 16 e 18. Esse vírus, transmitido principalmente por contato sexual, tem a capacidade de se integrar às células do colo do útero, provocando alterações celulares que podem evoluir para lesões pré-cancerígenas.
Além do HPV, alguns fatores considerados de risco podem contribuir para o desenvolvimento da NIC, como o início precoce da vida sexual, múltiplos parceiros sexuais, histórico de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), tabagismo, imunossupressão e uso de anticoncepcionais orais.
A falta de acompanhamento ginecológico regular também é um fator relevante, já que impede a identificação precoce das alterações.
Como a neoplasia intraepitelial cervical se desenvolve?
A condição geralmente se desenvolve quando o sistema imunológico do indivíduo não consegue eliminar o papilomavírus humano (HPV), o que pode levar a alterações genéticas nas células do epitélio cervical, resultando em desenvolvimento de lesões pré-cancerígenas.
Como o diagnóstico é realizado?
A identificação da neoplasia intraepitelial cervical é geralmente suspeita por meio de exames ginecológicos de rotina, com destaque para o Papanicolau (citologia oncótica), que é o principal método de rastreamento. Esse exame permite identificar alterações celulares no colo do útero, indicando a necessidade de investigações mais detalhadas.
Caso o Papanicolau aponte alterações suspeitas, exames complementares, como a colposcopia e a biópsia do colo uterino, são realizados para fazer o diagnóstico de neoplasia intraepitelial cervical. Durante a colposcopia, o médico utiliza um aparelho que amplia a visão do colo do útero, facilitando a detecção de lesões. Se surgir a necessidade, é feita uma biópsia, que consiste na coleta de uma pequena amostra de tecido para análise laboratorial. Esse procedimento confirma o grau da lesão (NIC 1, 2 ou 3) e auxilia na definição do tratamento adequado.
Qual é o tratamento mais adequado para a alteração?
O tratamento da neoplasia intraepitelial cervical depende do grau da lesão e das características individuais de cada paciente, como idade, planos reprodutivos e saúde geral. Para lesões de baixo grau (NIC 1), pode ser recomendado o acompanhamento regular com exames periódicos, já que essas alterações em 47% a 57% das vezes regridem espontaneamente. Outra conduta indicada é o tratamento destrutivo da lesão (vaporização) com laser de CO2 com micromanipulador. Nesse caso, a lesão é destruída e não tem risco de evoluir.
As lesões de alto grau (NIC 2 e NIC 3), por sua vez, geralmente demandam intervenção para evitar sua progressão para o câncer de colo do útero. Os tratamentos mais comuns incluem a remoção cirúrgica da área afetada do colo do útero, chamada de cirurgia de alta frequência ou de exérese de zona de transformação anormal (CAF, LEEP ou EZT). Outra opção para pacientes jovens, com menos de 25 anos, ou sem filhos é o tratamento destrutivo de vaporização com laser de CO2 com micromanipulador.
O acompanhamento médico após o tratamento é essencial para monitorar possíveis recidivas e garantir que a saúde cervical seja preservada. Além disso, a vacinação contra o HPV é uma medida importante para prevenir novas infecções e reduzir o risco de recorrência.
Qual médico trata a NIC?
A neoplasia intraepitelial cervical é uma alteração tratada pelo médico ginecologista especialista em patologia do trato genital inferior e colposcopia, um profissional especialista em lesões causadas pelo vírus HPV. Esse profissional está devidamente capacitado a realizar exames de diagnóstico, como a citologia oncótica (Papanicolau), a colposcopia e a vulvoscopia com biópsia, bem como interpretar os resultados e indicar o tratamento mais adequado para cada caso.
Dra. Maria Emília: especialista em NIC e HPV!
Perguntas frequentes
Confira, a seguir, as respostas para algumas das principais perguntas frequentes a respeito da neoplasia intraepitelial cervical.
A NIC sempre evolui para um câncer?
Não. Os estudos mostram que 12% dos casos de NIC 1 evoluem para NIC 3. Por outro lado, as lesões de alto grau (NIC 2 e NIC 3) têm maior risco de progressão, sendo que o risco do NIC 3 evoluir para câncer chega a 70%, dependendo da idade da mulher. Quanto maior a idade da paciente, maior o risco de evolução. Por isso, as chamadas lesões de alto grau precisam de acompanhamento e intervenção médica.
É possível prevenir a neoplasia intraepitelial cervical?
A prevenção é possível a partir da vacinação contra o HPV, bem como através da realização de exames ginecológicos regulares, do uso de preservativos nas relações sexuais e da adoção de hábitos saudáveis, como evitar o tabagismo.
A neoplasia intraepitelial cervical apresenta sintomas?
Não. A NIC geralmente é assintomática, sendo detectada durante exames de rotina, como o Papanicolau e a colposcopia. Por isso, consultas ginecológicas regulares são essenciais para identificar e tratar a condição precocemente.
Para saber mais a respeito da neoplasia intraepitelial cervical e tirar suas dúvidas a respeito do diagnóstico, da prevenção e do tratamento, entre em contato e agende uma consulta com a Dra. Maria Emília de Barba.
Fontes:
Brazilian Journal of Sexually Transmitted Diseases
Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia