O tratamento individualizado e personalizado é fundamental para evitar o câncer de colo de útero
A sigla NIC significa neoplasia intraepitelial cervical, uma condição na qual há um crescimento anormal de células, principalmente na região do colo do útero na forma de lesões. A NIC é provocada pelo vírus do HPV (papilomavírus humano), infecção sexualmente transmissível mais prevalente que existe.
Essa alteração pode ser encontrada durante o exame preventivo, o Papanicolau, e existem três graus, cada um com um tratamento diferente. O tratamento para NIC é fundamental para evitar que as lesões evoluam para um câncer de colo do útero, então continue a leitura para entender melhor sobre este assunto importante.
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Quais são os graus de gravidade da NIC?
A NIC é um resultado de biópsia a partir da realização do exame de colposcopia, que utiliza um microscópio para avaliar em detalhes alterações no colo do útero, vagina e vulva encontradas no Papanicolau. Dependendo do grau de anormalidade da lesão, a NIC pode ser classificada em 1, 2 ou 3.
NIC 1
A NIC 1 é uma lesão intraepitelial de baixo grau, considerada uma displasia leve e que, na maioria das vezes, regride sem nenhum tipo de tratamento para NIC.
O risco da lesão de baixo grau evoluir para lesão de alto grau (NIC 2 ou 3) é de 13%. Já o risco de evolução para câncer é inferior a 1%.
NIC 2
A NIC 2 é uma displasia moderada, também chamada de lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL), ou seja, quando as alterações celulares na região do colo do útero progrediram e são mais significativas.
Como a NIC 2 é uma lesão precursora do câncer, o risco de progressão para NIC 3 é de 19%.
NIC 3
Esse é o tipo mais avançado de NIC, também chamado de carcinoma in situ, considerada uma lesão intraepitelial escamosa de alto grau. Nesse caso, as chances de uma NIC 3 evoluir para câncer ficam em torno de 30% a 70% se não houver o tratamento adequado.
Como diagnosticar a NIC?
O diagnóstico da NIC é feito por meio da colposcopia, exame ginecológico que utiliza o colposcópio, um equipamento com lentes de aumento para avaliar detalhadamente o colo do útero, a vagina e a vulva. Esse exame é indicado quando são encontradas alterações suspeitas durante o Papanicolau, também chamado de citologia oncótica, ou quando a pesquisa de HPV é positiva.
Caso a colposcopia aponte a presença de lesões, é feita a biópsia com a retirada de uma amostra do tecido afetado para ser analisada em laboratório e aprofundar o diagnóstico.
A maior parte das lesões se encontra no colo do útero porque é a área onde o vírus do HPV se prolifera, a chamada zona de transformação.
Tratamento para NIC
O tratamento para NIC envolve diferentes abordagens, que são definidas de acordo com o grau da lesão, suas características, a idade e saúde da paciente, por isso a conduta é individualizada caso a caso.
Tratamento para NIC 1
As lesões de baixo grau podem regredir espontaneamente em até 60% dos casos, então pode ser feito o acompanhamento da paciente com exames de Papanicolau e colposcopia de 6 em 6 meses por até 2 anos.
Se a alteração persistir após esse período, o tratamento para NIC recomendado é a vaporização com laser CO2 para destruir a lesão quando ela é totalmente externa no colo do útero.
Outra opção de tratamento para NIC nesses casos é a cirurgia de alta frequência (CAF), também chamada de cirurgia de LEEP ou de exérese de zona de transformação anormal (EZT). Essa técnica consiste em remover a área lesionada com um bisturi elétrico e é indicada quando a lesão se estende para o canal endocervical, não sendo completamente visível na colposcopia.
Para mulheres que não têm disponibilidade para realizar o acompanhamento de 6 em 6 meses ou que não estão dispostas a aguardar o período de 2 anos para avaliar a evolução, é possível realizar o tratamento com vaporização com laser de CO2.
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Tratamento para NIC 2 e 3
O tratamento para NIC 2 e 3, lesões de alto grau, varia, principalmente de acordo com a idade da paciente. Desse modo, o acompanhamento com exames pode ser feito em mulheres com menos de 21 anos, enquanto o laser é uma opção viável para:
- Mulheres com menos de 25 anos;
- Lesões completamente visíveis no exame de colposcopia;
- Lesões na vagina e na vulva.
Já a cirurgia de alta frequência é indicada para pacientes com mais de 25 anos e em casos de lesões endocervicais (ou seja, em que a lesão avança pelo canal do colo do útero), além de mulheres imunocomprometidas, nas quais as lesões apresentam um maior risco de progressão para câncer.
O tratamento para NIC também envolve o fortalecimento do sistema imunológico para combater o vírus e evitar a progressão da lesão.
É necessário retirar o útero em caso de NIC 3?
A histerectomia, cirurgia para a retirada parcial ou total do útero, não é recomendada como parte do tratamento para NIC 3. O ideal é manter o colo do útero e tratar a lesão por meio da cirurgia de alta frequência, pois a retirada do órgão aumenta o risco de recidiva com uma lesão no fundo da vagina, o que torna o tratamento mais complexo e invasivo.
Quem tem NIC 3 tem que fazer quimioterapia?
Não há necessidade de fazer quimioterapia, pois a NIC 3 não é câncer e, sim, uma lesão pré-cancerígena que tem tratamento e cura.
Cuidados após tratamento para NIC
Os cuidados que a paciente deve seguir após o tratamento para NIC com laser ou cirurgia de alta frequência são:
- Não praticar relação sexual 30 dias após os procedimentos;
- Evitar atividade física por 24 horas após o tratamento com laser e 15 dias após a cirurgia de alta frequência;
- Fazer acompanhamento médico com exames de Papanicolau e colposcopia de 6 em 6 meses por 1 ano no caso de NIC 1 e por 2 anos no caso de NIC 2 e 3. Após esse período, o acompanhamento pode ser feito a cada 5 anos.
Como prevenir a neoplasia intraepitelial cervical?
A melhor forma de prevenir a neoplasia intraepitelial cervical é evitar os fatores de risco para câncer do colo do útero e para a persistência do vírus HPV, agente que provoca esse tipo de lesão.
As principais medidas nesse sentido são:
- Usar preservativo nas relações sexuais;
- Tomar a vacina contra HPV;
- Trocar o anticoncepcional oral pelo DIU (dispositivo intrauterino);
- Evitar o tabagismo ativo ou passivo;
- Controlar o peso e níveis de estresse;
- Realizar exames preventivos para diminuir as chances de evolução da NIC.
Qual médico realiza tratamento para NIC?
O tratamento para NIC, assim como o diagnóstico da doença, é realizado pelo médico ginecologista com título de especialista em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia.
Para saber mais informações ou tirar dúvidas sobre o tema, entre em contato e agende uma consulta com a Dra. Maria Emília, que é especialista na área.
Fontes:
Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia