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Líquen plano vulvar: sintomas, diagnóstico e tratamento


Mulher com problemas na região íntima
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

21 março, 2025 |

| 6 min. de leitura

Doença inflamatória pode provocar lesões avermelhadas na pele e na mucosa vaginal

O líquen é uma doença dermatológica que pode se manifestar por meio de coceira, lesões inflamatórias e alterações em diferentes partes do corpo, mas acomete com mais frequência a vulva, a área externa da genitália feminina.

Existem três tipos de líquen: simples crônico, plano e escleroso. O tipo simples crônico é causado pelo ato de coçar, provocando espessamento e fissuras na pele. O líquen simples crônico é desencadeado por estresse, ansiedade ou fatores irritativos, como alergia a sabão em pó, sabonetes e tecido de calcinha.

O líquen escleroso causa lesões esbranquiçadas e mudanças na anatomia da vulva, sendo o tipo mais comum e também o mais perigoso, já que aumenta o risco de câncer de vulva quando não há tratamento adequado. O líquen escleroso é uma doença autoimune crônica e está relacionado à diminuição dos níveis de estrogênio, por isso é mais comum em pacientes que estão nos extremos da vida reprodutiva, ou seja, antes da primeira menstruação ou na pós menopausa.

Por fim, o líquen plano é uma doença de pele de causa inflamatória que acomete a vulva e a vagina e é caracterizado pelo aparecimento de lesões avermelhadas, semelhantes a uma úlcera, que podem formar bolhas e descamar.

A seguir, vamos detalhar melhor sobre o líquen plano, suas causas, sintomas, diagnóstico e como é realizado o tratamento. Confira!

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O que é o líquen plano?

O líquen plano é o tipo mais raro de líquen e pode acometer outros locais além da região genital, como mucosa da boca e couro cabeludo. Além disso, na mucosa genital, costuma se manifestar na forma de placas avermelhadas que podem descamar e provocar coceira, feridas e bolhas.

Uma característica importante do líquen plano é que as lesões avermelhadas podem surgir simultaneamente na boca e na região genital com o mesmo aspecto, o que facilita o diagnóstico da doença.

Em geral, acomete mulheres entre 50 e 60 anos. Os sintomas mais comuns são queimação e dor. Algumas pacientes também relatam coceira. O líquen plano geralmente se manifesta com pequenas pápulas roxas (protuberâncias) nos braços e nas pernas. Na boca, surge como erupção cutânea ou úlcera esbranquiçada. Em alguns casos, as unhas e o couro cabeludo também são afetados.

Estima-se que 1 em cada 4.000 mulheres terá líquen plano na vulva ou na vagina, ao passo que 1 em cada 100 apresentará líquen plano oral. Cerca de 50% das mulheres com líquen plano oral também têm líquen plano na região genital.

Quais as causas do líquen plano?

As causas do líquen plano são desconhecidas, mas sabe-se que as lesões se manifestam por conta de uma reação do sistema imunológico às células da mucosa e da pele, ou seja, uma reação exagerada do organismo da pessoa. Esse efeito pode ser desencadeado pela exposição a certos medicamentos à base de quinacrina e quinidina, produtos químicos e infecção por hepatite C.

Além disso, pode estar associado a outras doenças autoimunes, como doenças da tireoide, vitiligo e alopecia areata (áreas calvas).

Quais os sintomas do líquen plano?

Os sintomas do líquen plano vulvar podem surgir repentinamente e variam de pessoa para pessoa, mas os mais comuns são:

  • Dor e sensibilidade na região genital;
  • Ardência;
  • Erosões semelhantes a uma úlcera na região vaginal e na boca que aparecem como áreas vermelhas e úmidas;
  • Pode haver coceira;
  • Padrão esbranquiçado irregular semelhante à renda ao redor das erosões;
  • Fissuras e cortes na mucosa vaginal desencadeadas pela coceira;
  • Vulva pálida, rosada ou vermelha;
  • Relação sexual dolorosa quando a vagina é afetada e sangramento após a relação;
  • Pode haver corrimento amarelado ou esverdeado;
  • Apagamento dos pequenos lábios e encarceramento do clitóris;
  • Estreitamento do introito vaginal.

Podem surgir erosões dentro da vagina. Uma placa branca pode ser vista na boca, além de áreas vermelhas doloridas ou ulceradas ao redor da gengiva, da língua ou das bochechas. Às vezes, o líquen plano pode afetar os canais lacrimais e o esôfago (órgão que transporta o alimento da boca até o estômago). Caso você sinta lacrimejamento excessivo ou dificuldade em engolir, procure ajuda médica imediatamente.

Como se transmite o líquen plano?

O líquen plano não é sexualmente transmissível nem contagioso, pois é uma doença de caráter autoimune relacionada a fatores genéticos, hormonais e ambientais.

Como confirmar o diagnóstico?

A presença de ulcerações avermelhadas de mesmo aspecto tanto na vulva como na boca auxilia no diagnóstico, que é feito analisando os sintomas da paciente e é confirmado pelo exame de vulvoscopia com biópsia do tecido. Esse procedimento é simples e é realizado no consultório com anestesia local.

Como é feito o tratamento do líquen plano?

O objetivo do tratamento é diminuir a resposta inflamatória e controlar os sintomas. Como primeira medida, evite produtos irritativos, como sabonetes ou produtos perfumados.

A utilização de pomadas de corticoide de média e alta potência pode ser indicada para reduzir a coceira e a inflamação, assim como cremes hormonais à base de estrogênio para mulheres na menopausa ou no climatério. Se a vagina estiver envolvida, a cortisona intravaginal pode ser utilizada.

Caso esse tipo de tratamento para líquen plano não seja eficaz para aliviar os sintomas, as terapias com células-tronco são uma alternativa. O uso de plasma rico em plaquetas (PRP) e o plasma rico em fibrina (PRF) combinado ao ácido hialurônico não reticulado tem o objetivo de regenerar a mucosa vaginal para melhorar as lesões, além de sintomas como ardência, sensibilidade, dor e coceira.

As mulheres que apresentam estreitamento do canal vaginal necessitam de fisioterapia pélvica, dilatadores e cirurgia. Para melhora da cicatrização, controle dos sintomas e regeneração da mucosa e da pele, associada à cirurgia é realizada a aplicação de Nanofat (nanolipoenxertia regenerativa), que consiste em transplantar células-tronco de gordura do abdômen ou das coxas da paciente para a região vulvar e, com isso, recuperar a pele e a mucosa alterada pelo líquen plano.

Líquen plano tem cura?

O líquen plano é uma doença inflamatória crônica, mas, quando o tratamento adequado é realizado, as medidas são capazes de controlar bem os sintomas para que a paciente leve uma vida normal.

O tratamento do líquen é longo e requer acompanhamento. Às vezes, há períodos de atividade da doença e períodos de regressão. Apesar disso, cerca de 10% a 15% das mulheres têm remissão completa da doença após 10 anos do tratamento.

Qual médico trata o líquen plano?

Para tratar o líquen plano vulvar, o ginecologista especialista em patologia do trato genital inferior e colposcopia é o profissional mais indicado. Mulheres com líquen plano apresentam risco de 3% de desenvolver câncer de vulva. Sendo assim, esse especialista faz o acompanhamento anual por meio do exame ginecológico e, assim, recomenda o melhor tratamento, de acordo com o caso.

No caso de sangramento, lesões que não cicatrizam ou protuberâncias, procure imediatamente o seu médico.

Para saber mais informações ou tirar dúvidas sobre o tema, entre em contato e agende uma consulta com a Dra. Maria Emília, que é especialista em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia e tem muita experiência no tratamento do líquen vulvar.

 

Fontes:

International Society for the Study of Vulvovaginal Disease (ISSVD)

MSD Manuals

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)

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