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Sintomas de câncer no colo do útero


Ginecologista mostrando para paciente modelo do sistema reprodutor feminino.
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

6 setembro, 2024 |

| 6 min. de leitura

Tratar as lesões pré-câncer antes que os sintomas apareçam é importante para evitar o câncer de colo uterino

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a mortalidade pelo câncer de colo uterino tem diminuído desde 2018, mas ainda é o terceiro tipo de câncer mais incidente nas mulheres, excluindo-se os tumores de pele não melanoma. Portanto, ações de rastreio dessa doença na população feminina são o pilar da prevenção e detecção precoce, visto que sintomas de câncer no colo do útero só surgem em casos avançados, dificultando o tratamento.

O que causa o câncer no colo do útero?

A principal causa do câncer no colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) de alto risco. No entanto, a infecção por si só não é suficiente para desenvolver a doença e os sintomas de câncer no colo do útero. Afinal, cerca de 95% das mulheres infectadas pelo HPV têm resolução espontânea e não desenvolvem a doença.

Portanto, é preciso estar atenta aos fatores de risco que contribuem para o mau funcionamento do sistema imunológico e que aumentam a probabilidade de evolução para câncer. São eles:

  • Infecção pelo HIV;
  • Tabagismo;
  • Obesidade;
  • Imunossupressão por medicamentos;
  • Múltiplos parceiros;
  • Início precoce da vida sexual;
  • Multiparidade (mais de uma gestação);
  • Uso de anticoncepcionais orais por mais de 10 anos;
  • Alterações da microbiota vaginal;
  • Presença de outras infecções sexualmente transmissíveis;
  • Altos níveis de estresse, depressão ou ansiedade.

Assim, pessoas com fatores de risco para a doença devem ter ainda mais zelo no rastreamento e não aguardar pelo aparecimento dos sintomas de câncer no colo do útero.

O que é o pré-câncer no colo do útero?

O “pré-câncer” no colo do útero são lesões benignas, mas que têm o potencial de evoluir para câncer se não forem tratadas. Essas lesões são chamadas de neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC) e são diagnosticadas através de exames ginecológicos rotineiros.

Assim, é importante que as mulheres entendam o significado desses achados. Quando o Papanicolau indica NIC de grau 1, significa que é uma lesão de baixo grau e que a chance de evoluir para câncer é inferior a 1%, mas deve ter um acompanhamento especial.

Já as lesões NIC de grau 2 e grau 3 são consideradas os verdadeiros precursores do câncer de colo de útero e, por isso, são chamadas de lesões de alto grau. No caso de lesão NIC 3, há cerca de 70% de chance de evoluir para câncer caso o tratamento não seja realizado. Portanto, nesses casos é preciso adotar medidas intervencionistas mais agressivas. Por fim, tem-se o Adenocarcinoma in Situ, que é uma lesão “pré-câncer” considerada mais grave que a NIC e, por isso, seu tratamento é a retirada do útero (histerectomia).

Sendo assim, o objetivo é sempre evitar que uma lesão pré-câncer evolua para a doença invasiva. Para isso, além de manter o acompanhamento regular com o ginecologista através da citologia oncótica (Papanicolau), pesquisa de HPV e colposcopia, é importante tratar essas lesões com laser ou com a exérese de zona de transformação anormal (EZT) do colo uterino (também chamada de CAF – Cirurgia de Alta Frequência, LEEP ou de conização do colo uterino) a depender do grau da lesão, idade da paciente e da localização da lesão no colo uterino. Esses são procedimentos minimamente invasivos, com duração média de 30 minutos e grande eficácia para tratar tais lesões.

Qual é o primeiro sinal de câncer no colo do útero?

O primeiro sinal de câncer no colo do útero pode ser o sangramento vaginal anormal, que pode ocorrer fora do período menstrual, após a relação sexual ou após a menopausa. Outros sinais iniciais incluem corrimento vaginal com mau cheiro e, em estágios mais avançados, sintomas graves como, por exemplo, insuficiência renal (perda da função dos rins) e fístula para a bexiga, dependendo do grau da lesão.

Sintomas de câncer no colo do útero

Embora essa neoplasia deva idealmente ser diagnosticada antes de virar câncer, enquanto é uma lesão pré-maligna (NIC 1, NIC 2, NIC 3 ou Adenocarcinoma in Situ), muitas mulheres sem acompanhamento ginecológico adequado podem apresentar sintomas de câncer no colo do útero.

Sangramento vaginal anormal

Um dos sintomas de câncer no colo do útero mais comuns e que deve servir de alerta é o sangramento vaginal fora do ciclo menstrual, após a relação sexual ou na pós-menopausa.

Corrimento vaginal incomum

Corrimento vaginal com mau cheiro, espesso ou de cor incomum pode ser um sinal da doença. Assim, como essa é uma queixa comum entre as mulheres com vulvovaginites, é importante que o ginecologista faça um exame completo para descartar o câncer.

Dor pélvica

Um dos sintomas de câncer no colo do útero que chama atenção é a dor constante ou intermitente na região pélvica, que pode estar associada a um quadro mais avançado.

Dor ao urinar e urgência urinária

Por serem bastante frequentes em infecções urinárias, muitas vezes esses sintomas de câncer no colo do útero são desvalorizados pela mulher. Porém, dificuldades ao urinar, incluindo dor ou sensação de urgência frequente, podem ocorrer se o câncer estiver afetando a bexiga ou as vias urinárias.

Inchaço nas pernas

Por fim, inchaço nas pernas pode ocorrer quando o câncer se espalha para os gânglios linfáticos ou se estiver pressionando vasos sanguíneos na região pélvica.

É possível ter câncer de colo de útero sem ter HPV?

Sim, existem adenocarcinomas chamados de HPV-independentes. Estes são tipos raros e agressivos de câncer no colo do útero que não estão associados à infecção pelo HPV.

Como o diagnóstico é realizado?

O diagnóstico do câncer no colo do útero se inicia com o exame preventivo de rotina, também chamada de citologia oncótica ou de Papanicolau e é confirmado por meio de biópsia, exame em que um pequeno pedaço de tecido do colo do útero é examinado ao microscópio para detectar células cancerígenas. Em boa parte dos casos o diagnóstico é feito através da cirurgia de alta frequência (CAF), que serve tanto para diagnóstico quanto para estadiamento nos graus iniciais.

Como tratar o câncer no colo do útero?

O tratamento depende do estágio da doença, e por isso é importante ter o diagnóstico antes que os sintomas de câncer no colo do útero comecem a aparecer.

Enquanto nos graus iniciais o tratamento mais efetivo é a cirurgia de retirada do útero (histerectomia), nos estágios mais avançados o tratamento costuma ser quimioterapia, radioterapia e braquiterapia.

Ou seja, quanto antes o câncer de colo uterino for diagnosticado, mais fácil é o tratamento e melhor é o prognóstico. Por isso, é essencial manter a rotina de rastreamento e, sempre que necessário, tratar as lesões precursoras.

Entre em contato agora mesmo com a ginecologista especialista em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia e Uroginecologista Dra. Maria Emília de Barba.

 

Fontes:

INCA

SBCO

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